Já há algumas edições, participar do Big Brother Brasil se tornou extremamente lucrativo até mesmo para quem passou longe de ganhar o prêmio de R$1 milhão e meio. A exposição na emissora de televisão com maior audiência no território brasileiro dá aos brothers e sisters a oportunidade de angariar milhares e milhões de seguidores, podendo ingressar no mercado de digital influencers. Nesse contexto, alguns rostos já conhecidos que não tiveram o mesmo sucesso nas redes sociais ganharam uma chance com a atual edição do No Limite, que estreou nesta semana, reunindo somente ex-BBB’s e oferecendo um prêmio mais “modesto” de R$ 500 mil ao futuro vencedor.

Acontece que esse prêmio quase milionário é só a ponta do iceberg daquilo que está por vir em termos financeiros. De acordo com Thiago Cavalcante sócio da INFLR, startup especializada em marketing de influência, um digital influencer considerado médio tem entre 500 mil e 2 milhões de seguidores, com ganho que varia de R$ 3 mil a R$ 100 mil. Valores que, para efeito de comparação, correspondem de 2,7 a 91 salários mínimos.

É verdade que a atual edição do reality que testa a resistência dos participantes – no ar pela quinta edição, após um hiato de quase 12 anos – conta que figuras que, em maioria, já trabalham como influenciadoras. Mas um ponto crucial para o crescimento contínuo em termos financeiros, segundo Cavalcante, é o engajamento. “A participante Ariadna Arantes, por exemplo, é uma influenciadora média com quase 800 mil seguidores, no momento, e ficou conhecida do público em 2011, uma década atrás. No decorrer do programa, ela não só deve ultrapassar a casa dos milhões em seguidores, como se tornará mais relevante para o momento atual”, explica.

Um exemplo prático já nesta edição é o ex-BBB mais antigo entre o elenco de No Limite, o lutador Marcelo Zulu, que teve seu espaço na televisão pela primeira vez em 2004. Àquela altura, era impossível imaginar que as pessoas, um dia, ganhariam tanto dinheiro apenas com a divulgação de produtos e serviços pela internet, em um modelo totalmente alheio ao mercado publicitário da época. Apesar de marcante no imaginário de quem acompanhou o BBB4, Zulu contava com “apenas” 12 mil seguidores antes de seu retorno à televisão. Após o episódio de estreia de No Limite, o número ultrapassou a casa dos 25 mil.

Faturamento de empresa de médio porte

A advogada, maquiadora e agora milionária Juliette Freire, campeã do Big Brother Brasil 21, provavelmente não consegue dimensionar, ainda, o fenômeno que se tornou. De simplicidade notável, a paraibana pode, a princípio, nem sabe o que fazer com o formidável prêmio de R$ 1,5 milhão, mas é bom que ela se acostume a gerar e lidar com quantias ainda maiores.

Enquanto esteve confinada no reality show, Juliette cativou não só a audiência que proporcionou a ela mais de 90% dos votos na grande final – que tinha outras duas pessoas –, como também os mais de 28 milhões de seguidores somente no Instagram, praticamente a população inteira da Austrália. O expressivo número faz do perfil dela um dos mais engajados na plataforma, atualmente. Vale lembrar que, quando ela entrou no programa, seus seguidores não passavam de alguns milhares.

Apesar de o potencial da paraibana ser muito maior, pegando o já citado valor de R$ 120 mil como base e considerando que Juliette faça um publipost por dia, o especialista da INFLR pontua que o faturamento mensal poderia chegar na casa dos R$ 3,5 milhões. “Em um ano, os lucros somente com o Instagram ultrapassariam os R$ 43 milhões, colocando em um patamar de empresa de médio porte. O que não deixa de ser o caso, já que antes mesmo do fim do programa a equipe que cuidava das redes sociais de Juliette contava com mais de 20 pessoas”. Thiago Cavalcante ressalta que, neste momento, em termos de números de seguidores, ela se encontra no mesmo patamar das maiores estrelas nacionais do mundo digital, ou seja, trata-se de uma estimativa conservadora, com o objetivo de mostrar onde a “sister” pode chegar.

O sucesso de Juliette merece atenção e reflexão de todos que acompanham este segmento. É importante ressaltar que os produtores do BBB compreenderam a força que as redes sociais têm e souberam, como ninguém, capturar a audiência desses influenciadores digitais para o programa de TV.