Passado o carnaval, é hora da reta final no preparo para a temporada de diversos clubes pelo estado. Em um mês, será dado o pontapé inicial à Série C do Campeonato Paulista de Rugby, com participação de 11 clubes de 7 cidades do estado. Na edição deste ano, todas as equipes se enfrentam em turno único e os quatro melhores colocados passam para a fase final.
A edição desse ano promete muito equilíbrio e tem como destaque a volta de uma das rivalidades mais antigas do Rugby brasileiro, envolvendo a Medicina e a Engenharia Mackenzie que paravam a cidade desde a década de 60 com a realização da Mac Med. ??nica equipe de origem universitária a levantar o título nacional, a Medicina não teve um bom 2016, sendo rebaixada na Série B, enquanto os Engenheiros faturaram o título na divisão de Desenvolvimento em seu retorno às competições nas categorias adultas. Ainda assim, os alviverdes tem a seu favor a longa experiência em um torneio de mais alto nível que pode pesar a seu favor. O Mackenzie por sua vez tem um conjunto muito entrosado, tendo vencido também as três últimas edições do campeonato universitário e com jogadores com passagem por clubes como São José e Rio Branco, tradicionais no estado.
Também originário do meio universitário, a FEA busca começar forte a temporada e manter a regularidade para lutar pelo título. Na temporada de 2016, o clube teve um início fraco e mesmo se recuperando, não conseguiu chegar perto dos líderes, encerrando na 6ª posição. Ainda na zona oeste da capital paulista, encontra-se o União, 4º colocado em 2016 e que mostrou evolução incrível na última temporada, com um conjunto bem treinado, lutando pelo título até as últimas rodadas. Do outro lado da cidade, o Tatuapé é o único representante da zona leste de São Paulo, atuando na Arena Paulista, onde ocorrem a maior parte dos jogos na cidade e briga nesse ano para sair do pelotão intermediário na tabela de classificação. Com alguns jogadores revelados pelo clube mostrando muito talento em seus primeiros jogos entre os adultos, a expectativa é alta para os Tatus subirem um degrau.
Na briga pelo topo, o interior paulista tem nomes fortes vindo de boas temporadas, como Tucanos de São João da Boa Vista, único clube a bater o São Jorge, campeão da divisão em 2016 e apostando em uma parceria com a prefeitura para desenvolver o esporte na cidade, e o Piratas de Americana. O clube de Americana completa 10 anos em 2017 e vem consolidando sua base, e ainda que o trabalho não se reflita na geração atual, mostra a aposta no trabalho de longo prazo. No centro do estado, duas cidades vizinhas mais uma vez colocarão sua rivalidade em campo. O Jequitibá de Campinas é um dos clubes mais antigos do interior paulista e busca nesse ano voltar à sua melhor forma, depois de algumas temporadas terminando apenas nas posições intermediárias. ?? o mesmo caso dos Jaguares, que atuam na vizinha Jaguariúna, e possuem um dos melhores trabalhos de categorias de base da região, mas ainda não se refletiu na equipe principal.
A grande ausência da competição desse ano será o Ilhabela, clube que já foi finalista da Copa do Brasil (a segunda divisão nacional) e que recentemente foi rebaixado para a Série C, mas alegando problemas em manter o plantel, desistiu de sua participação. Ainda assim, o litoral paulista terá o seu representante, com o retorno do Armada à divisão, representando a cidade de Praia Grande. Os alvinegros da Baixada retornaram aos campeonatos estaduais em grande estilo, com uma boa campanha que lhe garantiu a 3ª colocação na divisão de Desenvolvimento e terá pela frente um torneio mais longo e de alto nível pela frente, colocando a força de seu elenco à prova. Com o acesso do ABC, a Grande São Paulo terá apenas um representante, o Alto Tietê. O clube de Mogi das Cruzes passou por uma cisão e não fez boa temporada em 2016, ficando com a 10ª posição em jogos cheios de altos e baixos. Com um nível técnico cada vez mais alto, a regularidade será determinante para as equipes lutarem pelo título ou pela permanência na Série C.