A situação dos estoques do comércio da região metropolitana de São Paulo (RMSP) piorou em agosto. De acordo com pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o Índice de Estoques (IE) para o mês ficou em 107,6 pontos – apontando baixas de 1,3% sobre o apurado em julho e de 13,2% em relação ao número de agosto de 2013.

O indicador que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). Com o resultado, o IE volta a quebrar o recorde negativo e se aproxima da marca dos cem pontos – limite entre inadequação e adequação.
A justificativa para o recuo da satisfação dos empresários sobre os estoques foi o aumento, de 14,3% entre julho e agosto, da parcela de entrevistados que afirmaram possuir menos mercadorias armazenadas do que o que preveem vender em curto prazo. A situação seria ainda pior não fosse a variação negativa de comerciantes (-3,5%), que disseram contar com excesso de produtos que necessitam para atender à demanda.
Para os economistas da FecomercioSP, em agosto foram vistos os primeiros indícios de que o período de ajustes de estoque está começando a surtir efeito. Na avaliação deles, assim como a elevação do indicador não pode ser automaticamente considerada positiva, a sua queda também não deve ser atribuída unicamente a fatores negativos.
No atual cenário, a inadequação cresceu por causa da falta de estoques. Algo que, em tese, pode indicar uma retomada ainda que modesta da demanda, além da adaptação do varejo às novas perspectivas.
A queda da proporção de entrevistados que afirmaram ter estoques elevados indica que gradativamente está havendo o ajuste necessário aos novos tempos de consumo mais fraco. Nos próximos meses, a perspectiva é de melhora do indicador a partir a migração da inadequação (sobretudo entre os que dizem ter estoques em excesso) para a adequação.