A Área Central, empresa referência em tecnologias e inteligência de negócios, fez uma sondagem sobre a preparação para a Páscoa com redes supermercadistas com atuação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte e Bahia que, juntas, contam com 100 supermercados associados. Conforme o levantamento, os varejistas estão optando por itens de menor tamanho e mais baratos, como chocolates avulsos e bombons.
De acordo com a verificação, este ano os ovos de Páscoa tiveram aumento médio de 18% no preço de negociação com os fornecedores, fazendo com que se repita uma tendência já apontada em 2023: foco maior na compra e venda de barras de chocolates e caixas de bombons — no ano passado as redes reportaram queda de 40% nas vendas de ovos de chocolate, dando destaque a outros tipos de itens.
Um exemplo de produto transacionado na plataforma AC Hub com aumento significativo em valor de negociação é o ovo ‘Sonho de Valsa’ que, em 2023 custava R$ 53 e, agora, custa em média R$ 67. Outra percepção da especialista em redes e centrais de negócios é de que as barras de chocolate comercializadas nesses estabelecimentos também tiveram redução de tamanho. “Antes esses itens tinham média de 150 gramas, hoje, os de 110 ou 90 gramas ganham destaque entre os comerciantes, visando as estratégias de tamanho e precificação desses produtos na indústria”, avalia Jonatan da Costa, CEO da Área Central.
As redes respondentes também indicam redução na diversidade de opções nas prateleiras. “Os mercadistas analisam muito quais produtos foram comprados no ano anterior e os valores que a concorrência trabalhou para se basear nas novas compras. Em uma rede, por exemplo, nove produtos saíram de linha neste ano e somente 12 qualidades de ovos de páscoa foram adquiridas para ofertar aos consumidores”, explica. “Para muitos supermercadistas o foco das compras na plataforma, neste início de ano, visou o Carnaval à frente da Páscoa”, conclui.
Aumento no valor do cacau
Dados de mercado mostram que a principal matéria prima para a produção de chocolates, o cacau, está atingindo preços recordes no mercado internacional. Até a primeira quinzena deste mês, a tonelada do produto era cotada em cerca de US$ 5,6 mil na bolsa de valores de Nova York — alta de mais de 150% nos últimos 17 meses. Em setembro de 2022, a tonelada do produto estava cotada em US$ 2,3 mil.