O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi morto a tiros por agressores não identificados na residência oficial durante a noite em um ato “desumano e bárbaro”, informou o primeiro-ministro interino, Claude Joseph, nesta quarta-feira, 7. A esposa de Moïse, Martine, ficou ferida no ataque que aconteceu no bairro de Pelerin, em Porto Príncipe, e foi internada. “Nesta manhã, à 1h da manhã, 7 de julho, um grupo de pessoas não identificadas, que falavam em espanhol e inglês, assassinou o presidente da República. O presidente morreu em decorrência de seus ferimentos”, declarou o primeiro-ministro.

Em um comunicado, Joseph afirmou que está no comando do país e pediu calma à população, acrescentando que a polícia e o Exército já têm o controle da situação. “Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação”, afirmou.

 

O ataque, contudo, acontece em meio a uma onda crescente de violência ligada à crise política no país. Em fevereiro, Moïse, de 53 anos, denunciou que a oposição, com o apoio de juízes, estava tramando um golpe de Estado. Segundo a oposição, o mandato presidencial deveria ter terminado em 7 de fevereiro, cinco anos após o ex-presidente Michel Martelly deixar o poder.

As eleições de 2015 deram vitória a Moïse no primeiro turno, mas foram anuladas por denúncias de fraude. Moïse, na prática, decidiu se manter no poder e governava há dois anos por decreto, após o país fracassar em realizar novas eleições, o que levou à dissolução do Parlamento.