A produção industrial brasileira encerrou o terceiro trimestre de 2024 com um crescimento de 1,6% em comparação ao segundo trimestre, refletindo uma leve recuperação no setor. Segundo a Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), este aumento foi impulsionado principalmente pela produção de bens de capital, que tem mostrado sinais positivos e sugere um potencial renascimento dos investimentos no país. Entretanto, o novo ciclo de alta nas taxas de juros gera preocupações sobre a sustentabilidade desse crescimento.
A produção industrial cresceu 1,1% entre agosto e setembro, sem efeitos sazonais. O resultado veio próximo da projeção da Fiesp (+1,0%) e foi influenciado pela alta de 1,7% da indústria de transformação e pela queda de 1,3% da indústria extrativa. Na variação acumulada em 12 meses, a produção industrial registra alta de 2,6%.
Entre os segmentos, as influências positivas mais importantes em setembro foram assinaladas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+4,3%) e produtos alimentícios (+2,3%). Por outro lado, entre as 12 atividades que apontaram queda na produção no mês, indústrias extrativas (-1,3%) e produtos químicos (-2,7%) exerceram os principais impactos negativos.
Em relação às grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, sem influências sazonais, três das quatro grandes categorias mostraram avanço na produção: bens de capital (+4,2%), bens intermediários (+1,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (+0,6%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo duráveis, ao recuar 2,7%, apontou a única taxa negativa em setembro.
Em nota, a Fiesp avalia que há um indicativo de retomada dos investimentos da economia brasileira durante o ano, embora este permaneça em patamar historicamente baixo, em torno de 17%. A Finiti, empresa líder no setor de equipamentos para construção, aguarda os resultados do último trimestre do ano para fazer uma projeção para o setor em 2025.
Taxa de juros pode comprometer ganho
Para a entidade, enquanto algumas políticas adotadas pelo governo podem reforçar a demanda por novos investimentos, por outro, o novo ciclo de aumento da taxa de juros contribui para a piora das condições de acesso ao crédito.
“Devido aos efeitos defasados da política monetária, as decisões de aumentar a taxa de juros, sobretudo em um ambiente em que as condições financeiras já estavam restritivas, terão efeitos sobre o custo dos novos financiamentos e, consequentemente, sobre o nível de atividade industrial nos trimestres à frente.
Diante do conjunto de informações disponíveis até o momento, a Fiesp diz esperar um crescimento de 2,9% da produção industrial em 2024. No entanto, a política monetária ainda mais restritiva e o esgotamento dos estímulos fiscais são fatores que colocam em risco a continuidade do ritmo de crescimento em 2025″, alerta a entidade.
Crédito do BNDES para indústria supera agro pela primeira vez desde 2016
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As operações de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinadas à indústria alcançaram 27% do total de aprovações até setembro, ultrapassando pela primeira vez o setor do agro desde 2016, que representou 26% do volume de crédito liberado no período.
Até o mês de setembro, o banco de fomento aprovou R$ 154 bilhões em créditos para a iniciativa Nova Indústria Brasil, com R$ 9 bilhões dedicados exclusivamente a projetos de inovação — o maior volume já registrado para este segmento. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância dessa retomada e o papel do banco em criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da indústria brasileira.
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