A “onda” fitness que passa pela sociedade implica em um aumento considerável na demanda e na oferta de produtos destinados àquelas pessoas que querem seguir uma dieta mais balanceada. Um dos problemas é que a desinformação ainda é a maior inimiga quando o assunto é alimentação realmente saudável. Propagandas enganosas ou até tendenciosas acabam levando o consumidor a acreditar erroneamente sobre a qualidade nutricional de determinados produtos.
“Não é raro encontrar as cozinhas e despensas de casas recheadas com guloseimas e lanches tidos como saudáveis, mas que na verdade podem ser verdadeiros vilões em dietas balanceadas”, explica Theo Webert, médico que atua na área de nutrologia e qualidade de vida. Segundo ele, muitos pacientes que mantêm uma alimentação equilibrada rigorosa acabam sendo pegos de surpresa ao descobrirem a real composição de produtos vendidos como “fitness”.
O médico fala que cereais e frutas secas, dois dos alimentos saudáveis mais comprados por quem segue uma dieta fitness, podem conter alto índice de açúcares, o que diminui consideravelmente sua função em uma dieta. “Cerais como granolas, que são misturadas com uvas-passas, possuem um índice glicêmico muito alto e podem potencializar o nível de açúcar no sangue, o que não é bom para o equilíbrio corporal. Se for para ingerir cereais, escolha um rico em fibras e com nozes. A gordura e a fibra retardarão o impacto da insulina no sangue. A solução é sempre conferir a composição de cada marca”, orienta.
Sobre os produtos sem glúten, que ampliam sua presença nos supermercados e são vedetes da alimentação fitness, Webert avisa que ninguém olha nos ingredientes que as indústrias vêm usando na substituição da proteína: “a solução de muitas indústrias para colocar mais sabor a esses produtos é colocar um monte de açúcar, subprodutos da soja, produtos químicos e ainda conservantes”.
Outro alerta que Webert dá é sobre as barras de proteína, utilizadas por quem faz atividades físicas como musculação ou corrida. “Devemos investigar a composição de cada uma delas, pois várias possuem edulcorantes diferentes e soja na lista de ingredientes. Arrisco a dizer que muitas delas são brownies com embalagens disfarçadas. O melhor é sempre seguir a prescrição de seu profissional”, finaliza.
Com informações do Estadão