Leia longa nota divulgada pelo PSol Campinas esta semana.

O DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL CAMPINAS, reunido no dia 19 de julho de 2020, decidiu:
– aprovar a coligação com o PT para as eleições municipais de 2020, buscando atrair os demais partidos de esquerda para essa composição PCdoB, PCB, PCO, UP, PSTU;
– abrir o processo de debate para definição de uma candidatura a vice-prefeita ou vice-prefeito, a ser regulamento em resolução de encaminhamento própria;
– as tratativas e acompanhamento deste processo serão remetidas à Executiva Municipal do PSOL

O cenário das eleições municipais de 2020 será um dos mais adversos das últimas décadas, em uma conjuntura que combina grave crise econômica, política, a reorganização de um núcleo neofascista que hoje aplica a política ultraliberal de interesse internacional no Brasil, a dispersão das forças de resistência de esquerda e uma pandemia nunca antes vista por nossa geração e que já retirou a vida de mais de 70 mil pessoas em nosso país.
A gravidade da situação exige dos partidos de esquerda respostas à altura de seu tempo. Exige analisar em cada município os desafios e suas condições objetivas em respondê-los, colocando as necessidades históricas e da população acima de construções autocentradas.
Se antes da pandemia já era urgente derrotar Bolsonaro, agora a derrocada desse governo é mais do que nunca uma questão de vida ou morte. Não bastasse o desmonte do Estado, uma política de subserviência aos EUA, a destruição ambiental, um ataque sem precedentes à ciência e à pesquisa, a retirada de direitos de trabalhadores, a legitimação de discursos de ódio e preconceito, a promoção das milícias, o governo Bolsonaro jogou o povo à própria sorte durante a COVID-19. A situação tornou-se tão insustentável que, por muitas vezes, tivemos que defender instituições deste regime às quais nós mesmos somos críticos, para podermos assegurar o que resta de democracia neste país.
Por outro lado, a elite brasileira, para a qual Bolsonaro foi útil na aplicação de sua política econômica, tenta fazer alguma diferenciação crítica para ganhar com os desgastes que esse governo vem sofrendo. Fazem isso usando seus recursos na mídia e suas ações nos governos estaduais. É possível, portanto, que em muitas cidades importantes, as eleições ainda reflitam candidatos de direita ou bastante tradicionais nas primeiras posições. Por isso, a unidade da esquerda, onde houver possibilidade desse diálogo, torna-se muito importante para alterar esse quadro, buscando polarizar o debate político e chegar a um segundo turno.
Sabemos que as eleições estão longe de ser o terreno favorável às nossas lutas, que se fortalecem quando tomamos as ruas. Mas elas podem ser momento também de acumularmos forças e impedirmos um enraizamento maior dessa política que vem se aprofundando em nível nacional e estadual. Tivemos valorosas manifestações antifascistas e antirracistas e de novas categorias de trabalhadores precarizados. Mas elas ainda são sementes da necessária e massiva mobilização que necessitamos para inverter a correlação de forças a favor da classe trabalhadora, do povo periférico, da negritude, das mulheres e LGBTQIA+.
Em Campinas, onde temos feito uma oposição contundente ao governo privatista de Jonas que vem desmontando os serviços públicos e abandonando a população, há uma história de lutas e movimentos potentes, mas ainda em atuações fragmentadas. É preciso criar pólos de unidade que possam fortalecer a confluência dessas lutas e movimentos. O PSOL sozinho não tem condições de ser esse pólo. Tampouco os demais partidos do campo da esquerda (PT, PCdoB, PCB, PCO, UP, PSTU). Por isso acreditamos ser importante que se reflita nesse momento eleitoral as mobilizações comuns que esses setores já constroem no último período na cidade, sem evidentemente que isso represente abrir mão de nossa identidade. Não se trata de ignorar as diferenças e críticas que nos fizeram marchar separados no passado. Mas trata-se de evidenciar aquilo que neste momento se coloca em primeiro lugar: a luta pela democracia, direitos e em defesa da vida.
Nesse sentido, o Diretório Municipal, reunido no dia 7 de julho de 2020, aprovou em sua resolução pontos como base para uma aliança eleitoral neste campo, em especial com o Partido dos Trabalhadores, que já definiu em encontro o PSOL como parte de seu leque de alianças. Tais pontos incluíam a transparência na gestão de recursos de campanha e financiamento, restringir o arco de alianças aos partidos do campo da esquerda, a valorização dos serviços públicos e posicionamento contrário às privatizações e um perfil de candidatura que se coloque a serviço da campanha pelo Fora Bolsonaro. Além disso, pautava o tema da presença na chapa majoritária. Entendemos que todos esses pontos foram sinalizados de forma positiva pela agremiação.
Esse processo não finaliza a necessária e contínua contribuição programática que o PSOL e sua militância seguirão fazendo sobre vários temas importantes da cidade sobre os quais temos muito acúmulo.
Por isso, o Diretório Municipal do PSOL Campinas, reunido no dia 19 de julho de 2020, decide:
– aprovar a coligação com o PT para as eleições municipais de 2020, buscando atrair os demais partidos de esquerda para essa composição PCdoB, PCB, PCO, UP, PSTU.
– abrir o processo de debate para definição de uma candidatura a vice-prefeita ou vice-prefeito, a ser regulamento em resolução de encaminhamento própria.
– as tratativas e acompanhamento deste processo serão remetidas à Executiva Municipal do PSOL.

O PSOL decide também que caso a candidatura a vice do PSOL seja negra ou negro, que a definição do nome e do programa político que perpasse a negritude e passe obrigatoriamente pelo Quilombo Nzinga.

* Encaminhamento sobre definição de candidatura a vice-prefeita/o do PSOL
na chapa em aliança com o PT

A partir do Diretório Municipal realizado neste dia 19 de julho de 2020 estão abertas as inscrições para a apresentação de pré-candidaturas. O prazo se encerra no dia 29 de julho. A definição deverá ser tomada com prazo limite do dia 8 de agosto pelo Diretório Municipal após a realização de pelo menos 1 debate com filiadas e filiados do partido.

O detalhamento da agenda e detalhamento do processo será de competência da Executiva Municipal.

Encaminhamento sobre programa

A Executiva do PSOL deverá constituir um espaço para acolhimento de sugestões e sistematização de propostas programáticas, bem como informar a militância sobre os espaços comuns da coligação em que o debate programático ocorra.