(Reuters) – O governo federal tem nesta quinta-feira um importante teste de confiança de investidores de longo prazo no país, em leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis em que espera levantar pelo menos 3 bilhões de reais em outorgas, dos quais 25 por cento à vista no ato de assinatura dos contratos.
O leilão está marcado para as 10h na BM&FBovespa e pelo menos três grupos internacionais submeteram documentos para participar da disputa, que não deve contar com grupos nacionais, informaram duas fontes do governo federal com conhecimento do assunto no início da semana.
O número de participantes ficou bem abaixo de expectativas sinalizadas por membros do governo federal na semana passada, quando esperava-se que pelo menos oito grupos internacionais participassem.
“?? um teste muito importante para o programa de concessões do governo e a expectativa é a melhor possível”, afirmou nesta quinta-feira o ministro dos Transportes, Maurício Quintella.
“O governo fez roadshows (apresentações a investidores) pelo mundo inteiro, mudou toda a modelagem em relação às concessões anteriores, para uma modelagem mais realista com as condições econômicas pelas quais o país passa hoje”, acrescentou o ministro em entrevista a jornalistas.
Nesta semana, a brasileira CCR CCRO3.SA, que administra o aeroporto de Confins (MG), e a argentina Corporación América, que detém concessão dos terminais de Brasília e de Natal (RN), afirmaram que as condições definidas no leilão desta quinta-feira não permitem viabilidade dos projetos. A CCR citou ainda que as projeções demanda de passageiros dos aeroportos a serem concedidos estavam exageradas.
Segundo a Corporación América, a decisão de não participar “baseia-se em estudos realizados que não evidenciaram retorno condizente com as políticas de investimento da empresa”.
Em 2016, a demanda por voos domésticos no Brasil caiu 5,7 por cento, primeira queda desde 2003, e a oferta de lugares em voos recuou 5,9 por cento, primeira redução desde 2013.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os quatro aeroportos operam atualmente 11,6 por cento dos passageiros, 12,6 por cento das cargas e 8,6 por cento das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro.