Empresas da Região Metropolitana de Campinas (RMC) exportaram US$ 341,68 milhões em junho, o segundo pior volume para o mês em dez anos. Ao mesmo tempo, as importações apresentaram estagnação, com decrescimento de 0,15% em relação ao mesmo período do ano passado. Para o economista Paulo Oliveira, responsável pelo estudo do Observatório PUC-Campinas, o cenário indica ausência de crescimento econômico.

“Houve crescimento de 3,6% no déficit da balança comercial regional, que chegou a 723 milhões de dólares. ?? preciso destacar que, sem o déficit da RMC, o Estado de São Paulo teria alcançado um superávit de US$ 401 milhões. No entanto, devido ao resultado da região, o déficit estadual superou 321 milhões de dólares em junho”, destacou.

Importante segmento na região, o complexo automotivo continua puxando as exportações para baixo: peças de automóveis e veículos de passageiros mantiveram queda nas vendas, sobretudo pela crise econômica na Argentina, principal mercado de destino destes produtos. O resultado da balança só não é pior graças ao aumento nas exportações de agroquímicos, medicamentos e conservados de carne.

Houve, ainda, alta exponencial no valor exportado de mercadorias de baixa complexidade, como algodão e mandioca. O docente afirma, contudo, que o desenvolvimento econômico sustentado depende do crescimento nas exportações de produtos mais complexos, que exigem maior grau de sofisticação tecnológica das estruturas produtivas. “A produção destes componentes requer também mão-de-obra mais qualificada, induzindo à oferta de maiores salários”, complementou.

No que diz respeito às importações, o relatório mostra o aumento considerável nas compras de inseticidas e fungicidas, além de outros insumos associados à indústria química e farmacêutica, evidenciando crescimento nas atividades destes segmentos. Por outro lado, os dados reforçam as previsões de desaquecimento nos setores de eletrônica, telefonia e automobilístico.

O Município de Campinas, tendo exportado US$ 516,65 milhões ao longo do ano, foi o destaque na pauta de exportações. Paulínia, por sua vez, teve o maior saldo de importações no semestre, com volume que superou 1,64 bilhão de dólares. Juntas, as 20 cidades que integram a região já exportaram US$ 2,1 bilhões e importaram US$ 6,4 bilhões. Com isso, o déficit no acumulado de 2019 é de 4,3 bilhões de dólares.