Campinas, 29 de fevereiro de 2024 – Segundo dados da PNAD, referentes ao último trimestre (outubro, novembro e dezembro de 2023), a média salarial do setor de alimentação fora do lar teve aumento de 3,6% em comparação ao mesmo período de 2022. O valor atingiu R$1.974 e em setembro do mesmo ano, o salário de quem trabalha nos bares e restaurantes chegou à maior média de sua história: R$2.011.
Apesar do aumento, o salário de quem trabalha no ramo da alimentação fora do lar ainda é considerado um dos mais baixos, principalmente pelo fato do setor empregar mais pessoas sem qualificação: segundo pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) realizada no ano passado, 93% dos estabelecimentos de alimentação fora do lar contratam pessoas sem experiência.
Para atrair mão de obra e até mesmo driblar a alta rotatividade dos empregados, os donos desses estabelecimentos tem investido em treinamentos para capacitar as pessoas sem experiência, além de oferecer benefícios e planos de carreira. Segundo a mesma pesquisa, 74% das empresas têm políticas de ascensão profissional.
Matheus Mason, presidente da Abrasel Regional Campinas, explica que o aumento salarial é uma necessidade no setor para reter mão de obra qualificada, cada vez mais difícil de ser encontrada. “A alimentação fora do lar é um setor que contrata muito, mas que também sofre com os desligamentos, encontrar mão de obra e mantê-la tem sido uma das maiores dificuldades, por isso as empresas teem elevado o nível salarial”, conta.
170 mil novas vagas em 2023
Ainda segundo a PNAD (índice que mede os empregos formais e informais) divulgada em fevereiro deste ano, os bares e restaurantes foram um dos setores que mais contrataram no ano passado: foram criadas 170 mil novas, representando um aumento de 3,3% – acima da média nacional, que foi de 0,9%. Atualmente, o setor emprega 5,5 milhões de pessoas de norte a sul do país, se aproximando da quantidade de pessoas empregadas no período pré-pandemia (5,8 milhões).
Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), os setores de alimentação e hotelaria – que formam um dos subgrupos do setor de serviços no Caged -, criaram 3.021 novos empregos com carteira assinada, de um total de 31.003, ou seja, cerca de 10%. Eles foram o 4º maior gerador de empregos na RMC.