Há algumas semanas, a Samsung apresentou em Nova Iorque seus mais novos smartphones, os modelos Galaxy S8 e S8+. Em geral, os lançamentos da Samsung atraem muita curiosidade, especialmente pelo interesse em conhecer as mais recentes inovações da marca. Neste ano, contudo, o tom foi de apreensão, já que a marca precisava lidar com os resíduos da pressão relacionada aos problemas com um modelo da linha anterior, o Galaxy Note S7. Além disso, o lançamento dos novos smartphones da Samsung neste ano aconteceu mais tarde do que o esperado ??? foi a primeira vez desde o lançamento do Galaxy S3 que a marca não apresentou seus novos aparelhos durante a Mobile World Congress.
 Ao mesmo tempo, a Apple também competiu pela atenção do público, lançando no dia 21 de março os iPhones 7 e 7 Plus na cor vermelha, além de uma atualização no iPhone SE, que agora possui mais espaço de armazenamento. ASamsung normalmente desfrutaria de um “momento de glória” durante o lançamento do modelo mais recente, porém este lançamento pode revelar-se mais desafiador do que a marca está acostumada a ver. Vamos olhar para a oportunidade de mercado dos EUA para o Samsung Galaxy S8 e S8+. A partir de fevereiro de 2017, o Galaxy S5 continuou a ser o dispositivo mais popular da Samsung nos EUA, com 15,6% da base instalada da Samsung. Seguido pelo Galaxy S7 em 11,5% e ao Galaxy S6 em 11,4%. O Galaxy S7 Edge representa 5,8%. Nos últimos 12 meses, os dados da Kantar mostram que cerca de 28% daquela base instalada foi atualizada para um novo smartphone Samsung. Desse total de 28%, 52% optaram pelo Galaxy S7 / S7 Edge e 10% pelo Galaxy S6. O restante foi dividido entre 48 surpreendentes dispositivos, mostrando que, embora o último carro-chefe tenha toda a atenção, a oferta da Samsung nos EUA continua tão diversa como sempre. Vinte por cento dos proprietários do Galaxy S7 disseram que planejavam um upgrade nos próximos 12 meses, com 40% dos proprietários do Galaxy S6 pretendendo fazê-lo, e 55% dos proprietários do Galaxy S5 planejando o mesmo. A preferência da marca Samsung é mais fraca em dispositivos mais novos, com 64% dos atuais proprietários do Galaxy S6 dizendo que preferem comprar Samsung novamente contra 76% dos proprietários do Galaxy S5. Os números de preferência de marca para o S7 ainda não estão disponíveis. A próxima marca preferida para os proprietários Galaxy S6 e S5 é a Apple, com 15% e 12%, respectivamente. Embora eu não tenha informações se o lançamento do iPhone Red e iPhone 7 Plus foram intencionalmente planejados para coincidir com as notícias do S8, certamente parece conveniente. Mas será que a Samsung deveria estar preocupada? Provavelmente não. Ainda que o Galaxy Note 7 tenha passado por uma fase difícil, a Samsung já anunciou que a pré-venda do Galaxy S8 já é o dobro da que o S7 conseguira no ano anterior. Para a pré-vendado S8, a Samsung vai incluir o novo Gear VR de graça, um movimento que ajudou a impulsionar o S7 para se tornar o dispositivo mais vendido em abril e maio de 2016. O Galaxy S8 será o assassino do iPhone? Não se os números nos disserem alguma coisa. No ano passado, 5% dos novos clientes da Samsung tinham migrado de um iPhone, enquanto 66% já haviam sido proprietários de aparelhos da marca anteriormente. Os outros novos clientes da marca vinham da plataforma Android embarcada em aparelhos de marcas concorrentes. A lealdade à Apple/ iOS paira em torno de 93%. A Samsung provavelmente irá receber mais clientes vindos de sua própria base instalada ou de usuários do Android em outros aparelhos do que de ex-proprietários de iPhone. Por isso, entendo que o foco da Samsung deve ser o de manter seus clientes dentro do seu ecossistema, quem sabe levando-os a explorar outras categorias, como é o caso dos aparelhos de realidade virtual como o Gear VR. Essa é uma estratégia que tem ficado evidente desde os últimos eventos em que a marca esteve presente, como a MWC e o Unpacked 2017, quando apresentou dois novos tablets, uma atualização no seu headset VR, uma câmera 360º, um roteador Wi-Fi, entre outros. No final, o maior desafio da Samsung não será superar o Note 7 ou a Apple, mas encontrar formas de crescer em um ambiente tecnológico que está em constante mudança. Será preciso focar mais na interoperabilidade, na casa conectada e em formas de conseguir convencer os consumidores a comprarem essas mais recentes novidades.