Por ocasião da entrega do título de Cidadão Americanense ao saudoso Dr. Wadih Calil, ele contou que, quando de sua vinda para Americana, ???Era comum as consultas serem pagas com frangos, leitoas ou um ???Muito obrigado!??????.
Essa inevitável generosidade somada ao esforço da comunidade mantiveram o Irmandade de Misericórdia de Americana viva e, durante muito tempo, atendendo a quem não tinha como pagar. A sociedade fazia o papel do estado e os resultados não eram inferiores aos do SUS.
O projeto ???Pátria Acolhedora???, retomado da Era Vargas, pelos governos Médici e Geisel – e apimentado pelo PT e pela Constituição de 1988 ??? contaminou prefeituras. Pressionadas a atender a demandas populares, pouco se preocuparam com o financiamento disso tudo. Foram décadas de criação de novos serviços que levaram ao atual caos do serviço público.
A saúde pública é emblemática! O que vemos é um buraco sem fundo provocado por uma política direcionada à saúde curativa. A insensibilidade do fornecimento compulsório para tratamentos de alto custo, baseado no conceito de universalidade, ainda, se soma à nefasta burocracia. Em outras palavras, privatiza-se o orçamento da saúde e socializa-se a carência: serviços e medicamentos caros para alguns poucos e algodão e gaze em falta em hospitais.
Mais do que escolher candidatos, temos que ter consciência do que queremos do poder público: 1) ?? esse modelo intervencionista e falso protecionista que queremos? 2) ?? esse modelo de capitalismo de compadrio que almejamos? 3) ?? esse modelo competente para fiscalizar o contribuinte e incompetente para prover serviços aos cidadãos que precisamos?Não se trata de propor uma volta àquele passado, mas se a sociedade não resgatar este país, o estado vai engoli-lo!
Orestes Camargo Neves