A tribuna livre “Dr. Waldemar Tebaldi” foi utilizada nesta quinta-feira (24), durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Americana, pelo gerente de Meio Ambiente e Operações da CPFL Renováveis, Daniel Daibert, e pelo responsável por Relações Institucionais e Governamentais, Arnaldo Querino, para responder a questionamentos dos vereadores sobre ações da empresa voltadas à manutenção da represa do Salto Grande.
O presidente da Câmara, vereador Thiago Martins (PV), mencionou que em inspeção de barco à represa na quarta-feira (23) notou o reservatório limpo como há muito tempo não ocorria e pediu que fosse explicado sobre a quantidade de macrófitas no local. Já o vereador Gualter Amado (Republicanos), autor do requerimento que motivou a participação dos representantes da empresa, questionou se a usina estava em operação, qual sua capacidade de geração de energia e o que a CPFL vem fazendo de efetivo para a limpeza da água.
Daibert explicou que a CPFL Renováveis é responsável pelo manejo das plantas aquáticas existentes na represa e que o trabalho é evitar que a quantidade de aguapés ultrapasse o limite de 80 hectares. De acordo com o gerente de Meio Ambiente da companhia, o estudo encomendado e seguido pela empresa desde 2019 não prevê a erradicação completa das macrófitas.
Ainda segundo Daibert, a vegetação tem um papel ambiental relevante ao retirar nitrogênio e fósforo da água, nutrientes que estão no esgoto que é despejado na represa. “Em um cenário sem aguapés e com a manutenção do despejo de esgoto na represa, haveria proliferação das cianobactérias que geram as manchas verdes na água, que são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde de quem tiver contato com ela”, comentou.
Os parlamentares apresentaram ainda questionamentos sobre erradicação completa dos aguapés, contrapartidas que a CPFL ainda deve entregar a Americana e a possibilidade de se construir uma barreira física que mantenha as macrófitas longe da faixa de areia das praias Azul e dos Namorados.’
Nas respostas, Daibert reforçou a necessidade de ações conjuntas de todos os municípios das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí com investimentos em saneamento para dar fim ao lançamento de esgoto na represa; mencionou que algumas ações, em especial nas margens da represa, extrapolam o limite de atuação da CPFL Renováveis; e concluiu lembrando que o Marco do Saneamento estabelece que até 2033 90% da população tenha acesso ao tratamento e coleta de esgoto, sendo esta uma esperança de mudar o cenário.