Campinas apresentou, ao término da 8ª Semana Epidemiológica (de 21 a 27/03), 1,6 mil novos casos e 130 mortes por covid-19, aumentos de 9,6% e 22,4% em relação ao último período. Com o crescimento acelerado dos números, atrelado à alta taxa de ocupação dos leitos de UTI, a cidade se aproxima do pior momento da pandemia, até então vivido em julho de 2020. (VEJA NOTA COMPLETA)
Campinas lidera o índice de mortalidade na região: são 158 óbitos a cada 100 mil habitantes, de acordo com levantamento do Observatório PUC-Campinas. O município vem acompanhando as taxas crescentes registradas no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) e na Região Metropolitana de Campinas (RMC), que tiveram aumentos de novos casos e mortes na 8ª Semana Epidemiológica.
Segundo o infectologista André Giglio Bueno, professor de Medicina da PUC-Campinas, as taxas de ocupação acima de 80% de leitos intensivos no DRS-Campinas e na cidade campineira geram bastante preocupação, sobretudo pela ameaça real de colapso no sistema de saúde. “Medidas mais drásticas para a redução de circulação de pessoas já deveriam ter sido tomadas, bem como o aumento da fiscalização e multas mais pesadas aos infratores”, afirma.
Classificadas na fase laranja do Plano São Paulo, Campinas e as demais cidades do DRS-Campinas vivem um período de “toque de restrição” na tentativa de limitar a circulação de pessoas entre 23h e 5h e diminuir a ocorrência de aglomerações noturnas. “Com o ritmo moroso da vacinação no Brasil pela falta de vacinas e esforços insuficientes do Ministério da Saúde para adquirir mais vacinas, as medidas não farmacológicas são a única saída no momento para frear esse ritmo de novas infecções e internações”, avalia o infectologista do Hospital PUC-Campinas.
No aspecto econômico, segue a expectativa pela rápida imunização da população para encerrar as restrições impostas às diversas atividades, que convivem neste momento com instabilidades, tendo de operar com horários e capacidade limitados. No entanto, segundo dados da Secretaria de Saúde de SP, apenas 4% da população da RMC foi vacinada.
Para o Prof. Paulo Oliveira, economista do Observatório PUC-Campinas, os agravos sociais vistos até agora, que culminaram em aumento do desemprego e redução da capacidade de consumo das famílias, podem se multiplicar caso medidas de proteção da renda e do emprego não sejam tomadas. “Na ausência dessas medidas, considerando o atual contexto econômico, sanitário e social, a retomada da atividade econômica nacional e regional será bastante lenta”, reforça.