Responsável por impactar profundamente a vida de indivíduos, comunidades e populações inteiras, a Covid-19 deu mais visibilidade ao trabalho dos psicólogos, que atuando em diversas áreas, contribuíram com tempo e esforços, de diferentes maneiras, para responder aos efeitos negativos que pandemia teve (e está tendo) na vida das pessoas.
Psicólogos que trabalham em hospitais forneceram apoio e lideraram muitas iniciativas, tanto em nível regional quanto nacional. Esta especialidade acabou sendo integrada às políticas/tomada de decisão de muitos países, planejamento de ações, prestação de cuidados e promoção da saúde e bem-estar, inclusive para profissionais de saúde da linha de frente.
De outro lado, a Covid-19 obrigou os psicólogos, que tradicionalmente atendem pacientes presencialmente, a se adaptar à nova realidade. Entre elas, destacaram-se as consultas online, que se tornaram necessárias para manter os atendimentos, principalmente enquanto não surgiam vacina ou tratamentos médicos bem-sucedidos.
Em meio ao grande estresse e aos problemas emocionais provocados pela pandemia, os psicólogos tiveram de passar a atender a distância, a fim de continuar ajudando a população a aliviar o estresse, as tensões e os medos, causados inclusive pelo luto, ou mesmo por meio de uma abordagem preventiva, visto que as restrições sanitárias e o distanciamento acabaram levando a vida privada, social e profissional, a se misturar.
Tal experiência adquirida desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020, levou esses mesmos profissionais a desenvolver estudos e pesquisas, que contribuíram com novos e importantes conhecimentos sobre os efeitos, consequências e intervenções da pandemia.
O novo formato de trabalho, em home office, também gerou consequências físicas e emocionais para muitos profissionais, geralmente acostumados a uma rotina de escritório, socialização com colegas, fornecedores e clientes.
Sem o costume de trabalhar em casa, tiveram de se adaptar a este novo formato, com mais horas seguidas com o corpo parado, sentado diante de uma tela, com fones de ouvido e até com má postura. As mulheres foram as que mais sofreram, conforme relataram muitos psicólogos, pois acabaram sobrecarregadas com os afazerem domésticos, os cuidados com os filhos e animais de estimação.
Com a retomada econômica, o avanço da vacinação e a consequente queda nos números de mortes e infectados, os psicólogos e os médicos em geral voltaram a realizar os atendimentos presenciais em consultórios, clínicas e hospitais, levando confiança, conforto e saúde aos seus pacientes.