40,9% das pessoas usam o telefone no banheiro nas Américas
Esta e outras peculiaridades dos consumidores do Brasil e demais países da região foram identificadas pelo levantamento da YouGov
Apesar dos riscos sanitários associados à prática, quase metade das pessoas nas Américas não consegue ficar sem verificar o celular enquanto está no banheiro. Os dados são da YouGov, multinacional especializada em pesquisa de mercado on-line, que mostram que 40,9% dos consumidores da região têm este hábito. A porcentagem fica estatisticamente menor do que a média global de 42,5%.
Outras peculiaridades marcam os consumidores latino-americanos, que são, especificamente, caracterizados como aqueles que trocariam mais facilmente de marca de telefone: apenas 43,3% dizem que são fiéis à empresa de seu dispositivo móvel atual. Eles também são o segundo grupo de consumidores da região que mais teme a forma como as empresas de telefonia móvel usam seus dados pessoais (67,7% dizem que isso é uma preocupação), atrás apenas da população norte-americana (68,3%).
No Brasil, especificamente, 43.5% dos consumidores afirmam ser fiéis a uma única marca de smartphone. A porcentagem é estatisticamente menor do que a média global de 49,6%, revelando que os brasileiros não têm o mesmo nível de afeição e conexão com os fabricantes de telefones que muitos outros consumidores ao redor do mundo parecem ter.
David Eastman, diretor-geral e comercial da YouGov na América Latina, avalia que a questão anterior pode ocorrer porque, em termos gerais, os brasileiros não usam seus smartphones de forma particularmente intensa. “Das 40 atividades diárias que podem ser realizadas nesses dispositivos rastreados pela Telco Profiles, os brasileiros são estatisticamente menos propensos a realizar 29 delas em comparação com a média global. Exemplos proeminentes incluem fazer chamadas de voz (que apenas 22,8% dos brasileiros fazem, contra 34,1% do público global) e verificar as previsões do tempo (13,2% contra 22,5%, respectivamente)”, diz.
LEIA Americanense alcança 50 milhões de views com Wheeling
Olhando para a América Latina como um todo, usar aplicativos de mensagens, tirar fotos e enviar ou receber e-mails são as atividades mais comuns com smartphones na região, com mais frequência do que o consumidor médio global.
Samsung, Apple e Xiaomi são as marcas mais populares
Os latino-americanos também são muito claros acerca dos tipos de celulares que preferem. Em contraste com a Europa, a América do Norte e a Arábia Saudita, mais de dois terços da população preferem o sistema operacional Android (84,6% especificamente). Em termos de marcas específicas, o mercado é controlado principalmente pela Samsung (o aparelho atualmente está nas mãos de 48% da população da regiãos). A Apple e a Xiaomi estão em distantes segundo e terceiro lugares, com 18,2% e 16% da preferência local, respectivamente.
Os brasileiros seguem a tendência da região, com quase 43% dos consumidores dizendo que usam um Samsung como seu telefone principal. Motorola é a segunda empresa mais bem-sucedida, com uma participação de mercado de 21,7%; e menos de um em cada 10 brasileiros possui um celular Xiaomi ou Apple.
Também é estatisticamente mais provável que os latino-americanos sejam ainda mais exigentes do que os consumidores norte-americanos no que se refere à maioria dos recursos de seus telefones celulares. Para 78,4% dos consumidores da região, é importante que o dispositivo tenha uma boa capacidade de armazenamento (contra 51,7% dos norte-americanos), 73,4% procuram uma bateria de longa duração (contra 65,9%), enquanto 63,7% procuram uma câmera de qualidade (contra 50,8% dos norte-americanos). Entre os recursos com os quais menos se importam estão a impermeabilidade, a resistência a choques e a capacidade de fazer pagamentos sem contato (NFC, Apple Pay, etc.).
Segundo Eastman, essa maior demanda por componentes de qualidade não significa necessariamente que os consumidores da região estejam procurando modelos de alta qualidade. “Pelo contrário, de acordo com os dados da Telco Profiles, quase 61% dos consumidores da região estão procurando uma boa relação custo-benefício em seu próximo modelo de telefone celular. O fato de o aparelho ser de uma marca reconhecida também é um elemento importante, assim como o tamanho da tela e o tamanho do aparelho em geral”, explica.
A reclamação mais frequente na América Latina é em relação à qualidade do sinal interno: 28,6% dos consumidores consideram que não têm um bom serviço dentro de suas casas, escritórios e outros espaços semelhantes. Quase um quinto não gosta das áreas de atendimento ao cliente do seu fornecedor atual. Outros 16,4% acham que a velocidade dos dados é insuficiente e 15,7% acreditam que eles não oferecem prêmios ou descontos suficientes para recompensar a sua fidelidade com a empresa.
Em particular, as questões que mais deixam os brasileiros insatisfeitos são: o sinal ruim em ambientes fechados (33,2% dos entrevistados no país se dizem incomodados com esse problema) e o atendimento ao cliente (19,8% consideram esse aspecto deficiente). Por outro lado, as questões que causam menos dor de cabeça para os consumidores no país são a dificuldade de pagamento, a disponibilidade de equipamentos adequados às suas necessidades ou a falta de tarifas atraentes para usar seu número no exterior (um problema para apenas 2%, 2,1% e 2,2% dos consumidores, respectivamente).
“Apesar dessas reclamações, pouquíssimas pessoas na América Latina estão planejando mudar de operadora de telefonia no curto prazo. Apenas um quinto deles planeja mudar de empresa de telefonia móvel nos próximos 12 meses, e menos de 10% o fariam após um ano. E, embora um quarto dos consumidores da região não saiba se mudaria ou não de operadora, quase metade diz que não planeja mudar para outra empresa”, acrescenta o diretor.
Já os brasileiros são mais propensos a trocar de operadora do que outros consumidores em todo o mundo. Uma em cada 10 pessoas no Brasil afirma que mudaria para outra operadora de celular em menos de três meses, em comparação com 7,2% dos entrevistados internacionais que fariam o mesmo. Outros 10,4% fariam isso em um prazo de três a 12 meses e 8% estão determinados a fazer isso no futuro, mesmo que leve mais de um ano para fazer a mudança.
PARTICIPE DO GRUPO DO NOVO MOMENTO NO WHATSAPP