Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) afirma que oito em cada dez empresários brasileiros dos setores de varejo e serviços (83%) consideram importante ou muito importante a reforma tributária no país.
O estudo mostra também que 77% dos entrevistados acreditam que a reforma melhoraria a economia do país de alguma forma, sendo que, para estes, os principais resultados positivos seriam a geração de empregos (60%), o aumento na capacidade de investimento nos negócios (41%) e incentivo na criação de novos negócios (38%).
Já entre os 7% que entendem que a reforma traria uma piora ao país, os motivos seriam a oportunidade de criação de novos impostos (15%), possibilidade de distorções na distribuição de recursos entre os Estados (14%) e agravamento da situação fiscal dos Estados (12%). 46% dos que acreditam na piora não souberam responder o motivo.
O estudo indica ainda que 65% dos empresários avaliam o sistema atual como ruim ou muito ruim. Além disso, o grau de satisfação quanto à forma que o governo utiliza os impostos foi baixo: de 1 a 10, a média foi de 3,1.
Devido à complexidade do sistema tributário no Brasil, os empresários acreditam que os negócios são diretamente impactados com o desestímulo ao crescimento e criação de empresas (35%), prejuízo aos contribuintes de menor poder aquisitivo (23%) e elevado custo de administração tributária – com pessoas e sistemas para pagamentos de impostos (20%).
Para empresários, impostos como ICMS, ISS e contribuições previdenciárias prejudicam competitividade
A pesquisa revelou também que os empresários estão bem informados: oito em cada dez (80%) já ouviram falar da reforma tributária de alguma forma. Dos que já ouviram falar, 69% compreendem o que está sendo discutido em algum grau.
Para os entrevistados, entre os principais motivos para se discutir a reforma tributária estão: necessidade de diminuir a carga excessiva de tributos (32%), geração de empregos (17%) e necessidade de simplificar e desburocratizar o sistema (13%). Impostos como ICMS, ISS e contribuições previdenciárias foram citados por empresas que pagam impostos como entraves para oferecer bons preços e ter competitividade no mercado (44%, 31% e 31%, respectivamente).
Os empresários opinaram também sobre as propostas de reforma tributária que estão sendo discutidas. Os temas que mais receberam apoio foram: redução dos encargos sobre a folha de pagamento (73%), tributação de pequenas empresas em proporção à sua capacidade econômica (68%) e obrigações acessórias mais simples do que o regime normal de tributação para os pequenos negócios (64%).Para quase metade dos empresários, atuar na informalidade é errado
Ainda que existam diversos problemas apontados relacionados ao sistema tributário, boa parte dos empresários (49%) acreditam que não é certo atuar na informalidade. No entanto, um terço (31%) não considera atuar na informalidade um problema porque o sistema faz com que as empresas adotem essa prática. 16% admitem que já atuaram ou estão atuando na informalidade, com destaque às empresas das capitais (21%).
Com relação às expectativas quanto à regulamentação da reforma tributária nos próximos dois anos, 48% acreditam que exista alguma chance de isso acontecer, 27% não veem nenhuma chance e 25% não souberam responder.