Ele canta, toca violão, faz contação de histórias, usa os espaços ociosos da escola para, de forma lúdica, dar aulas e atividades de matemática na Escola Municipal do Ensino Fundamental, EMEF, Florestan Fernandes para alunos dos sextos anos A e B. ?? o projeto “A música e história na matemática” do professor Mariano Teixeira.
“Neste projeto trabalhei com duas turmas, 6º ano A e 6º ano B, ambas com 35 alunos, num total de 70 alunos. As classes são bem heterogêneas em termos de aprendizagem, com alunos excelentes, médios, com muita dificuldade de aprendizagem e as inclusões. Os alunos colaboram uns com os outros ajudando nas suas tarefas, tanto na locomoção quanto na organização do trabalho”, disse Mariano.
O professor leciona há 21 anos no ensino médio e fundamental de escolas públicas de Americana. “Essa experiência levou-me a pensar muito na aprendizagem dos alunos. Refleti em como eu aprendi na escola, que tipo de aula eu gostava e as matérias que assimilava, como era o cotidiano da escola e meus professores. Cheguei à conclusão que tudo o que estudei de maneira lúdica, com experimentos, nunca mais esqueci. Baseado nessas reflexões comecei a planejar as aulas, que se transformaram em projetos. Todo o conteúdo é previamente estudado, planejado e que ferramentas vou utilizar”, explicou Mariano.
Nas aulas de matemática os alunos da Florestan Fernandes são constantemente levados para fora da sala de aula para analisar o ambiente e avaliá-lo. A quadra, o pátio, todo espaço da escola é um lugar de aprendizagem. Neles é ensinado números e operações, grandezas e medidas, espaço e forma e tratamento dado a informação. “No planejamento da escola gosto de olhar o que os meus colegas estão trabalhando e faço atividades utilizando conteúdos de ciências, geografia, história, artes, educação física, etc”, lembrou.
“Gosto muito de contar histórias, tocar violão e cantar para os meus alunos. Quando estou falando de fração, por exemplo, introduzo a música na aula fazendo comparações das figuras musicais como semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia e fusa. Toco no meu violão canções conhecidas deles como “O cravo brigou com a rosa”, “Terezinha de Jesus”, “Eu fui no Tororó” , etc. Posso usar ainda o saxofone, trompete e teclado”, destacou .
Segundo Mariano o objetivo é tornar a aula mais lúdica. Na atividade ele procura levar os alunos a entenderem o que são números decimais, a parte inteira e a parte decimal, fração decimal, leitura e escrita de números decimais, ao mesmo instante que vai trabalhando medidas e sistema de medidas, volume, massa, geometria, estatística, porcentagem, probabilidade e estimativa.
Como resultado de seu projeto, o professor viu que a interação se deu naturalmente. “Observo que eles são amigos fora da sala de aula e fazem de tudo para se ajudarem. Como não fiz os grupos deixei eles mesmos escolherem com quem queriam ficar. Foi suave, não precisou de adaptações, pois trabalho dessa forma há vários anos e conheço os obstáculos e sei contorná-los de maneira a atingir os objetivos planejados”, contextualizou.
Uma das tarefas que Mariano passou aos alunos foi que elaborassem um projeto de construção com a ocupação dos espaços livres da escola, locais sem construção e ociosos. Eles desenharam arquibancadas para a quadra, piscina, campo de futebol society, campo de grama natural, campo de areia e parquinho com brinquedos. O momento mais significativo, para Mariano, foi ver os alunos de inclusão e alunos com baixo rendimento participando das atividades com alegria.
“O que fiz para garantir a aprendizagem foi passar a proposta para os alunos e deixá-los bem a vontade para aprender, para perguntar e para interagir. A prática dessa atividade desde o começo até o fim é cansativa pois fica a tensão, o cuidado com os alunos em outros ambientes que não é o da sala de aula, porem é muito gratificante e muito motivador quando observamos que o aluno que não se realiza plenamente na sala de aula e ali está participando das atividades”, finalizou.