Ailton tem 62 anos, mora em São Bento do Sul (SC) e desde que o filho Edson nasceu, há 40 anos, comemora com ele o Dia dos Pais. Mas, a partir de 2011 a data ganhou um significado diferente, carregado de emoção. ?? que naquele ano o filho doou um rim para o transplante do pai. Desde então, a relação dos dois, que sempre foi muito próxima, se intensificou ainda mais. O pai era caminhoneiro quando procurou a Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento e transplantes renais, depois de sentir alguns sintomas e com um simples exame de creatinina descobriu que os seus rins não funcionavam mais. Imediatamente parou de trabalhar e foi obrigado a fazer o tratamento de hemodiálise. Dois meses depois o filho ficou penalizado com a situação do pai e tomou a iniciativa de doar um rim para ele.O transplante transcorreu da melhor forma possível e Ailton recuperou não só a função renal, mas também a alegria de viver. “A minha vida melhorou 100% depois do transplante. Agora posso beber água e me alimentar sem as restrições impostas a um paciente em hemodiálise. Além disso, estou liberado para viajar. Tudo isso graças ao meu filho amado”, explica.
Ele acrescenta a importância que a Fundação Pró-Rim teve na sua vida naquele período e destaca o atendimento excepcional que teve de toda a equipe multidisciplinar. Depois do transplante, ele voltou a trabalhar durante alguns dias na semana, não com o caminhão, mas dirigindo táxi. Ailton garante que se sente muito bem. “??s vezes até esqueço que sou transplantado”, diz o motorista.
Edson se emociona quando se lembra das dificuldades que o pai enfrentou. “Quando olhei para o meu pai, fragilizado na máquina de hemodiálise, não pensei duas vezes ao compreender que eu poderia mudar a história da vida dele. Tudo isso também me fez um bem incalculável e me transformou em uma pessoa melhor. Penso que todo filho faria o mesmo que eu” acredita Edson, que também trabalha como motorista profissional.
No Dia dos Pais deste ano, Ailton e Edson, mais uma vez vão trocar um longo e significativo abraço. “Nesta hora, a gente não consegue nem falar, até porque nenhuma palavra consegue expressar o que sentimos um pelo outro”, destaca o pai emocionado.
O filho, por sua vez, se considera privilegiado por ter dado ao pai a chance de uma nova vida. “Nada melhor que o Dia dos Pais para a gente viver esse momento e ver que as nossas vidas estão interligadas pelo amor”, diz Edson.