Análise- O PT e a queda da vanguarda

Política crítica,

Análise- O PT e a queda da vanguarda

1 de dezembro de 2015

A atual crise do PT e das esquerdas no Brasil precisa ser analisada a partir da queda do caráter de vanguarda que o partido tinha nos anos 1970 (ainda que meio perdido e ‘catando’ demandas de operários e de mães que queriam creche e redução da inflação).

Nos anos 1980, o partido adotou um perfil de maior radicalização do discurso com viés sindical muito forte e a luta (glorificada) pelo fim da combalida ditadura militar. E eis que veio o poder. Já em 1988 a vitória veio em muitas importantes cidades (SP, POA, Cps, RP, SJC e ABC).
Alguns expurgos aconteceram nessa época, o que mostra que o caráter ideológico e de vanguarda prevaleciam. 
A novidade foram medidas alternativas na educação e, principalmente, o orçamento participativo, maior legado do partido até hoje na história da organização política no Brasil.      
O partido passou os anos 1990 com a vitória ‘Fora Collor’ e a derrota do Real, mas conquistando alguns governos estaduais periféricos (à exceção do RS). A chegada ao Poder Central se deu somente com o novo século. E as vanguardas assumiram a máquina de poder, agora já com perfil muito mais social democrata e gramsciano (em busca da hegemonia com redução na radicalização do debate).
As entidades sociais foram pra dentro do governo (sindicalistas e figuras de proa da sociedade civil viraram ministros). O discurso e a visão de vanguarda foi se moldando à ideia de manutenção do poder (hegemonia por cooptação).
O fetiche virou o PSDB e seu privatismo neoliberal. O PMDB virou parceiro e os partidos de esquerda viraram arremedos de satélites. Bem como sindicatos e MSTs da vida.
Com Lula e a política econômica de inclusão mais ousada, o modelo parecia correto. Mas veio a burocrática Dilma que se tornou refém dos hegemônicos por excelência. 
O tema vanguarda foi jogado fora e agora a máquina girava quase que sozinha. Os percalços e erros da economia somente deixaram claro que o PT ia se tornando mais um partido sem identificação com a base, uma espécie de PRI tupiniquim.
A eleição de 2014 pedia a vanguarda, mas Marina Silva foi jogar com Malafaia e escondeu a mecenas banqueira. 
Hoje o PT sequer tem coragem de abraçar seu homem de vanguarda- Fernando Haddad. Ali (nas eleições de 2016) está a encruzilhada que o partido precisa passar para definir se vai mesmo morrer como quer a direita raivosa ou se vai voltar a ter papel relevante nesse Brasil que se mexe a passos largos.   

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Análise- O PT e a queda da vanguarda

1 de dezembro de 2015

A atual crise do PT e das esquerdas no Brasil precisa ser analisada a partir da queda do caráter de vanguarda que o partido tinha nos anos 1970 (ainda que meio perdido e ‘catando’ demandas de operários e de mães que queriam creche e redução da inflação).

Nos anos 1980, o partido adotou um perfil de maior radicalização do discurso com viés sindical muito forte e a luta (glorificada) pelo fim da combalida ditadura militar. E eis que veio o poder. Já em 1988 a vitória veio em muitas importantes cidades (SP, POA, Cps, RP, SJC e ABC).
Alguns expurgos aconteceram nessa época, o que mostra que o caráter ideológico e de vanguarda prevaleciam. 
A novidade foram medidas alternativas na educação e, principalmente, o orçamento participativo, maior legado do partido até hoje na história da organização política no Brasil.      
O partido passou os anos 1990 com a vitória ‘Fora Collor’ e a derrota do Real, mas conquistando alguns governos estaduais periféricos (à exceção do RS). A chegada ao Poder Central se deu somente com o novo século. E as vanguardas assumiram a máquina de poder, agora já com perfil muito mais social democrata e gramsciano (em busca da hegemonia com redução na radicalização do debate).
As entidades sociais foram pra dentro do governo (sindicalistas e figuras de proa da sociedade civil viraram ministros). O discurso e a visão de vanguarda foi se moldando à ideia de manutenção do poder (hegemonia por cooptação).
O fetiche virou o PSDB e seu privatismo neoliberal. O PMDB virou parceiro e os partidos de esquerda viraram arremedos de satélites. Bem como sindicatos e MSTs da vida.
Com Lula e a política econômica de inclusão mais ousada, o modelo parecia correto. Mas veio a burocrática Dilma que se tornou refém dos hegemônicos por excelência. 
O tema vanguarda foi jogado fora e agora a máquina girava quase que sozinha. Os percalços e erros da economia somente deixaram claro que o PT ia se tornando mais um partido sem identificação com a base, uma espécie de PRI tupiniquim.
A eleição de 2014 pedia a vanguarda, mas Marina Silva foi jogar com Malafaia e escondeu a mecenas banqueira. 
Hoje o PT sequer tem coragem de abraçar seu homem de vanguarda- Fernando Haddad. Ali (nas eleições de 2016) está a encruzilhada que o partido precisa passar para definir se vai mesmo morrer como quer a direita raivosa ou se vai voltar a ter papel relevante nesse Brasil que se mexe a passos largos.   

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