Na semana marcada pelo Dia da Consciência Negra, entendo ser necessário ampliar o diálogo sobre o abismo ainda vivenciado em nossa sociedade em função da discriminação e do preconceito.
Percebemos avanços como a reserva de vagas para negros em várias universidades públicas do país, por outro, observamos a resistência do mercado de trabalho em promover a igualdade entre os indivíduos, independentemente da cor de sua pele.
Dados recentes do IBGE revelam que no terceiro trimestre de 2017, dos 13 milhões de desempregados no Brasil, quase 64% eram pretos ou pardos. Já para os negros inseridos no mercado de trabalho, a discriminação pode ser observada por meio de seus rendimentos: pretos e pardos chegam a receber 55% a menos que a população branca.
Isso sem falar do cenário de violência enfrentado pela população negra. Dos casos de feminicídio em nosso país, 65% vitimam mulheres negras. Os números também são alarmantes quando se trata de estupros: 60,53% das vítimas são negras. Os dados nos levam à conclusão de que nossa sociedade ainda se mantém aprisionada aos grilhões da injustiça e da desigualdade. E que isso não é fruto somente da economia ou da política, mas também de nossas próprias ações excludentes.
Portanto, para a semana em que enfatizamos a Consciência Negra, convido a todos a observarem esses e tantos outros números que comprovam o preconceito em nosso meio e tomarmos atitudes efetivas para mudarmos essa realidade. Caso contrário, estaremos fadados à perpétua escravidão da injustiça e demais mazelas sociais. O Brasil precisa de todos nós: pretos, brancos, vermelhos, amarelos. Vamos trabalhar!
Davi ZaiaDeputado Estadual