Depois de três anos em baixa, com queda nos lançamentos, nas vendas e demissões em alta, a construção civil na Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou sinais de recuperação em 2017. Segundo dados oficiais Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o setor fechou o ano passado com um saldo de 1.229 vagas fechadas (foram 25.315 demissões, contra 24.086 admissões no acumulado dos 12 meses). Apesar do saldo negativo, os números indicam que as indústrias do setor reduziram o corte de funcionários, com uma queda de 73,09% na comparação a 2016, quando foram fechadas 4.579 vagas com carteiras assinadas nos municípios que formam a RMC.
 “O que podemos constatar é que houve uma melhora significativa no setor no que diz respeito ao emprego, embora o número de vagas formais fechadas tenha sido negativo”, comenta Sérgio Vargas Fernandes, Vice-Presidente de Economia da Habicamp ??? Associação Regional da Construção de Campinas e Região. “Isso mostra uma recuperação na atividade econômica do setor imobiliário, que no período de quatro anos sofreu uma retração de 18,32% no Produto Interno Bruto (PIB)”. O Vice-Presidente da entidade ressalta que outro dado que reforça esta recuperação é o número de municípios que terminou 2017 com saldo positivo. Foram nove no ano passado (Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa e Santa Bárbara D´Oeste), contra apenas duas em 2016. Monte Mor, com 194 vagas abertas, e Jaguariúna, 123, foram as maiores geradoras de empregos no setor no ano passado. Campinas abriu 40. (veja quadro abaixo). Na ponta oposta, Indaiatuba foi a cidade que mais fechou vagas formais na construção civil em 2017: 1.238 postos, mais que a soma dos outros 18 municípios que integram a RMC, uma vez que Morungaba não consta da lista do Caged. Em Sumaré, as empresas do setor fecharam 247 vagas no acumulado dos 12 meses. Para Fernandes, a previsão do setor da construção na RMC para 2018 são positivas, mas sem grande exagero. A estimativa é de um crescimento de 2% sobre a comparação com 2017, com retomada de lançamentos e início de novas obras habitacionais e industriais, uma vez que vários empreendimentos lançados no segundo semestre de 2017 começam a sair do chão ao longo do primeiro semestre de 2018. Outros três pontos ressaltados por Fernandes é a reforma trabalhista, cujos efeitos no tocante à contratação começarão a ser sentidos neste ano, o aumento de recursos da Caixa Econômica Federal (CEF) para financiamento de imóveis, com um adicional de R$ 15 bilhões em todo o Brasil, e a queda das taxas de juros para financiamentos imobiliários. “Isso tudo traz melhores expectativas para o setor imobiliário. Os ventos devem começar a mudar de direção, de negativo para positivo, já neste ano, mas não significa, ainda, uma ventania”, completa.