(Reuters) – O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar o ex-governador e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, por suspeita de improbidade administrativa no caso em que delatores ligados à Odebrecht apontaram o tucano como beneficiário de 10 milhões de reais em caixa dois eleitoral, informou o MP.
Alckmin respondia a inquérito sobre esse assunto até o início do mês no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tinha prerrogativa de foro por ser, à época, governador.
Após renunciar ao cargo para disputar a Presidência da República na eleição de outubro, e consequentemente perder o foro privilegiado, o STJ atendeu a pedido do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, e encaminhou o inquérito contra o tucano à Justiça Eleitoral.
A decisão do STJ contrariou pedido da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, que havia solicitado a Mariz Maia que o inquérito contra Alckmin fosse encaminhado aos procuradores que cuidam da Lava Jato no Estado.
O vice-procurador-geral argumentou, por sua vez, que o objeto da investigação é uma suspeita de crime eleitoral, que não estaria no âmbito da competência da força-tarefa, e que os promotores que atuam na Lava Jato em São Paulo não eram os procuradores naturais do caso.
Nesta semana, indagado sobre o encaminhamento do inquérito à Justiça Eleitoral, Alckmin negou quaisquer irregularidades e afirmou que o caso não tem relação com a operação Lava Jato.
O advogado José Eduardo Alckmin, que representou Alckmin no STJ, disse à Reuters por telefone que não havia sido informado da abertura do inquérito pelo MP paulista, mas considerou a decisão ???inusitada???.