Uma pesquisa elaborada por um estudante da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Campinas pretende oferecer uma solução mais econômica e sustentável para a produção de álcalis, composto químico utilizado em uma série de produtos como soda cáustica, água sanitária, vidro, detergente, sabão, papel, celulose, barrilha de piscina, entre outros.

A proposta do aluno Antonio Sforza, do curso superior tecnológico de Processos Químicos, substitui o atual processamento eletrolítico, que consome uma grande quantidade de energia elétrica, pela termoquímica, aproveitando o calor gerado pela combustão do carvão mineral.

De acordo com o autor, a ideia de utilizar o carvão é uma maneira de valorizar a produção do minério nacional, que, devido às suas condições naturais, demanda alto custo de tratamento por ser poluente. “O projeto elimina a necessidade do beneficiamento, pois as impurezas presentes no minério bruto seriam recuperadas após a combustão e transformadas novamente em reagentes para o próprio processo, em um sistema 100% ecológico”, explica.

Na produção de álcalis por meio da eletrólise, uma corrente elétrica de alta intensidade é aplicada na matéria-prima, formada basicamente por um composto iônico de água e sal (salmoura). Já no processo termoquímico, o mesmo resultado é obtido com reações químicas e transformações provenientes da transferência de calor.

O processo modificado possibilita a produção de ácido clorídrico (HCl), gás cloro (Cl2), óxido de cálcio (CaO), hidróxido de sódio (NaOH), carbonato de sódio (Na2CO3), lixívia e hipoclorito de sódio (NaClO). “Atualmente o Brasil precisa importar carbonato de sódio, um reagente que responde por 14% da composição média do vidro. Com a difusão do processamento termoquímico será possível baratear custos e gerar novas possibilidades para variados segmentos da economia”, afirma Antonio.