O projeto “História em Quadrinhos”, desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Freire desperta nos alunos o gosto pela escrita e leitura. Desenvolvido pelas professoras Rosimeire Marrafon, Jocimeri Santos e Micheli Smolii , do ciclo de alfabetização, o trabalho abrange 120 alunos.

As professoras optaram pelo gênero HQ porque, além de atrair as crianças, os alunos gostam e se identificam com os personagens. “Eles têm fácil acesso a este tipo de texto e a leitura é uma diversão para os alunos. Por exemplo, riem com os atos da Mônica e o jeito de falar do Cebolinha”, disse Jocimeri.

Segundo as professoras, as histórias em quadrinhos são consideradas textos literários de entretenimento. “Esse gênero textual é utilizado para contar histórias com a ajuda de imagens, o que facilita a compreensão do aluno. Em geral, é formada de uma sequência de imagens verbais e não verbais combinadas. ?? importante que o leitor esteja atento aos gestos, à expressão da face e do corpo dos personagens retratados nas histórias em quadrinhos, porque, junto à linguagem verbal, conferem vigor e coerência ao texto”, afirmou Jocimeri.

Para Jocimeri, em quadrinhos compostos apenas de linguagem visual, caberá ao leitor o papel de interpretar a história, atribuindo às imagens as palavras que estão ausentes, ou que o autor deixou implícitas. “No início do projeto, fizemos um levantamento dos conhecimentos prévios. Em seguida, em uma leitura informativa das características desse tipo de texto, onde analisamos os recursos que a HQ apresenta como os balões, as falas, os pensamentos e nas onomatopeias as expressões, como dor, por exemplo”, lembrou. A professora queria que eles entendessem a estrutura de uma história em quadrinhos. “Perceber como a HQ é produzida”, afirmou.

Os quadrinhos apresentam os elementos básicos de uma narrativa ??? enredo, personagens, tempo, lugar e desfecho. “São recursos importantes para que a criança compreenda melhor também outros tipos de texto. Ocorre uma evolução na compreensão textual importante para a formação do aluno como leitor e também como escritor, é um processo de formação constante”, disse Jocimeri.

Jocimeri pediu aos alunos que, em duplas, criassem personagens e diálogos. Dois alunos, por exemplo, produziram a HQ “A carteira e a cadeira”. “Os alunos sentem orgulho em produzir as histórias e isso é possível desde o 1º ano”, justificou a professora. “Outro fator importante e que os motiva é o compartilhamento das histórias em sala de aula.”

Rosimeire que trabalha com alunos do 1º ano disse que a maioria deles sabe ler e que este material apresenta um visual que se destaca porque as letras são maiúsculas de imprensa. “Desta forma, a maioria consegue ler e os que não conseguem; leem as imagens. Fazemos ainda uma leitura coletiva para que todos possam entender a história”, afirmou.

Na escola, as crianças têm acesso a gibis como “Turma da Mônica”, “Turma da Disney”, etc. “Uma avó ficou sabendo desse projeto e enviou para a escola uma sacola com dezenas de HQs”. Rosimeire lembra da primeira vez que apresentou história em quadrinhos para eles. “Ao entregar os gibis os olhos deles brilhavam de satisfação. Por ser o primeiro contato com a leitura, o material é muito atrativo. Eles gostam do desenho e entendem o que os personagens estão falando”. Na avaliação de Rosimeire esse projeto se tornou um aliado da alfabetização e do letramento.

A professora lembrou que na escola existe outro projeto, que é permanente, “Leitura Silenciosa”. Toda sala de aula tem um espaço com livros, gibis, revistas, etc, disponíveis aos alunos para quinze minutos de leitura livre e silenciosa semanalmente; sempre na primeira aula. “O objetivo é despertar o interesse e o prazer pelo mundo literário”, disse.

Na opinião de Jocimeri a HQ faz com que os alunos tenham uma leitura mais significativa. “?? uma etapa na formação da criança como leitora e escritora. A leitura, nesta escola, é sempre presente”, finalizou.