Estamos em pleno processo eleitoral e a arte não pode ser considerada um universo paralelo, distante das discussões. Uma prova disso é filme argentino-uruguaio ‘O candidato’, dirigido por Daniel Hendler. Vale muito a pena acompanhar a criação da campanha de um político por olhares bem críticos e cômicos.

O enredo mostra um grupo de assessores que busca ‘desenhar’ o perfil desse candidato, tanto em termos de linha política como de logotipo e campanha nas redes sociais. Isso envolve desde a escolha de um pássaro e de uma árvore símbolo às fotografias de infância/adolescência a serem utilizadas.
O curioso é que o menos politizado dos integrantes do grupo é o que faz as colocações mais interessantes e polêmicas. Também existem dentro da equipe os que desejam sabotar a campanha e obter vantagens financeiras e ideológicas. Enfim, trata-se de um mundo a ser desvendado e repleto das mais variadas nuanças.
A questão publicitária e de marketing é a mais interessante, pois envolve os mais variados detalhes. Busca-se arquitetar e planejar tudo, mas é no imponderável que as ações começam a degringolar. Afinal, lidar com o inesperado é que torna a vida mais desafiadora. Mas isso demanda conhecimento técnico e controle emocional.
Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.