“A saúde pública de Americana padece de um encolhimento histórico. A cidade perdeu nos últimos seis anos 249 médicos, o que é assombroso. E não houve contratação nesse período, haja vista os limites fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal, impedindo a abertura de concurso público”, pontuou Maria Giovana.

Conforme os parlamentares, neste cenário, as filas de espera por consulta médica tornam “corredores da morte”. “Na clínica especializada a primeira consulta com urologista, otorrinolaringologista, cirurgia vascular e dermatologia ultrapassa dois anos de espera e determinadas especialidades como endocrinologia, gastroenterologia, neurocirurgia, pneumologia, reumatologia e cardiologia não há qualquer médico na rede pública do município. Esta realidade nos remete a regiões miseráveis do Brasil ou até mesmo a áreas de conflito”, avaliou Rezende.
Os parlamentares pediram a intervenção do Ministério Público e falaram em “vergonha”. “Levamos ao Ministério Público uma realidade que estampa os jornais e que causa vergonha ao homem público”, disse Maria Giovana.
Na moção, os vereadores destacaram as dificuldades de atendimento na Unidade Básica de Saúde 13, do bairro Antonio Zanaga II, que possui apenas um clínico geral para aquela região e as filas recorrentes de mais de 100 pessoas à espera de agendamento de consultas.
Mencionaram também a Unidade Básica de Saúde do bairro Mathiensen, onde na semana passada, 400 pessoas, inclusive idosos, esperaram horas para conseguir agendar consulta. Desse total, porém, 100 pessoas sequer conseguiram agendamento.
Os parlamentares anexaram à moção abaixo-assinado com a adesão de 179 pacientes solicitando a disponibilização de mais médicos.
“?? impossível que a saúde pública funcione sem médicos. O trabalho humano precisa existir para que a população seja assistida pelo SUS. ?? medida que o tempo passa e a Prefeitura se perde em estudos inconclusos e sem resultado no campo da vida humana, a judicialização da saúde é o único alento para quem aguarda da caridade do SUS”, declarou Rezende, citando a sugestão feita ao Executivo para a criação de um consórcio de saúde a fim de auxiliar na contratação de médicos e enfrentar de forma regionalizada as demandas do setor.