A eleição de Jair Bolsonaro fez crescer o número de uniões
LGBTs no Brasil. Esse tipo de união cresceu 65% em 2018. Maria Berenice Dias,
presidente da Comissão de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil, recomendou que
os casais LGBT se casassem antes que o direito possa ser retirado pelo governo.
O casamento LGBT é jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Segundo a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais
(Arpen Brasil), em 2017, foram 5.838 casamentos homoafetivos. Já as
Estatísticas do Registro Civil 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), registraram, no total, 5.887 matrimônios.
Em 2018, até o dia 10 de dezembro, o número de casamentos
homoafetivos já chegava a 6.956, como informou a Arpen. O crescimento mais
expressivo na comparação entre os dois anos ocorreu no mês de novembro, logo
depois da eleição de Bolsonaro, passando de 595 para 986 ??? 65,7% a mais.
Em maio de 2011, o STF mudou o entendimento do Código Civil
de que a família era formada por um homem e uma mulher. Desde então, uniões
estáveis entre pessoas do mesmo gênero passaram a ser permitidas, seguindo as
mesmas regras e com as mesmas consequências que aquelas entre casais
heterossexuais.
Apesar do receio de que possa haver retrocessos às minorias
no próximo governo, Toni Harrad Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI,
explica que conversou há duas semanas com o presidente do STF, ministro Dias
Toffoli, e o ministro disse que não há a possibilidade do presidente fazer um
decreto para derrubar a decisão.