Investir, ainda que seja algo cada vez mais comum, não é algo simples. Além do estudo sobre as aplicações em si ??? classificações, termos, detalhes de cada produto financeiro ??? é preciso conhecer o mercado para, assim, traçar uma estratégia assertiva e eficiente.
Engana-se, no entanto, quem acredita que apenas as notícias político-econômicas brasileiras fazem sentido na avaliação. Na realidade, diversos outros setores (como serviços ou mercado imobiliário), nacionais e internacionais, podem influir nos rendimentos da carteira de ativos.
Por isso, para garantir bons retornos, não basta escolher uma aplicação que faça sentido com seu perfil ou com o prazo que se pretende resgatar o dinheiro, é fundamental entender quais fatores e, mais importante, como eles impactam nos investimentos.
Acompanhar as atualidades, portanto, é o caminho certo. Aqui, não vale a pena saber somente as perspectivas do mercado para 2019, mas, também, entender o fechamento de 2018 e como isso se desdobra para os próximos anos.
O cenário geral em 2018Como se sabe, os Estados Unidos é um dos países mais influentes em todo o mundo e, para o mercado financeiro, isso não seria diferente. Então, qualquer mudanças no cenário nacional estadunidense influem na bolsa de valores brasileira.
Embora tenham mostrado, em 2018, uma economia consolidada, forte e com boas expectativas para a economia, gerando empregos e, por consequência, mais consumo, os Estados Unidos, nos anos anteriores, até alertaram para uma recessão na economia.
Com os juros baixos, no entanto, não seria possível segurar uma inflação elevada. Por isso, o FED, em 2018, aumentou a taxa básica de juros três vezes: ao comparar o fim de 2017, com dezembro de 2018, os juros saltaram de 1,5% para 2,5%.
Além da economia, as relações geopolíticas norte-americanas não ajudaram: conflitos comerciais entre Donald Trump tornaram-se mais fortes pelo mundo todo, como a alegação do presidente que o déficit na balança comercial é culpa principalmente da China.
Como resultado do aumento dos juros e a tensão comercial, as commodities sentiram o maior impacto. O petróleo, em especial, foi o que mais sofreu alta no preço, junto com a alta do dólar.
No Brasil, as coisas também não estavam fáceis em 2018. Em vez do corte na Selic, o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros em 6,5% ao ano. Isso foi causado, na verdade, por uma falha na comunicação dos dirigentes, mas levou a uma desestabilização econômica, gerada pela expectativa da baixa.
Outro acontecimento importante foi a greve dos caminhoneiros em maio, que afetou não apenas o cenário econômico, mas impactou em todos os setores importantes, gerando um pessimismo generalizado, com relação a políticas públicas, impactos fiscais e até inflação.
Por fim, como já era de se esperar, o Brasil enfrentou um ano de instabilidade por conta da corrida presidencial, influenciado pelas pesquisas. A especulação gerada mesmo antes das propagandas já foi suficiente para influir no mercado.
O que era incerto, no entanto, passou a dar um respiro para o mercado, que se tornou mais otimista com o possível programa reformista do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
O cenário geral em 2019Com a alta dos juros dos países desenvolvidos, primeiro nos Estados Unidos e depois na Europa, a tendência é um aperto monetário para os países emergentes. Isso ocorre, porque os juros ficam mais caros lá fora, fazendo com que sejam mais interessantes do que das nações emergentes.
Como consequência, as bolsas de valores ganham muita volatilidade. Assim, é preciso agir com muita cautela para evitar perdas de dinheiro e até prejuízos, não só no primeiro semestre de 2019, mas por todo ano, pois a tendência é que a briga comercial entre as potências piore ainda mais.
Especificamente no Brasil, o ponto mais alarmante é justamente a questão fiscal, visto que o Governo Federal gasta mais do que arrecada, deixando a balança deficitária. Por conta disso, a Reforma da Previdência é a prioridade do Estado em 2019, pois existe a preocupação que haja uma despesa em excesso com a previdência.
A agenda de Paulo Guedes, ministro da Fazenda, ainda prevê uma onda de privatizações e concessões, como já vem ocorrendo ??? no caso dos aeroportos, portos e rodovias. Nesse ponto, entretanto, existe otimismo no mercado de ações, com a negociação de novos papéis.
A palavra de ordem, em 2019, é cautela. Para os investimentos, uma boa dica é sempre diversificar as aplicações, principalmente em carteiras com ações relacionadas a commodities ??? vale a pena, aqui, estar de olho sempre nas potências de petróleo e minério de ferro.