Recentemente, o Facebook abriu um processo contra uma empresa sediada na Nova Zelândia que vendia “likes” nas redes sociais e mecanismos de interação automatizados. A decisão foi anunciada pelo próprio Facebook em comunicado à imprensa e está de acordo com a nova política de combate às “falsas interações” nas suas redes.

O especialista em redes sociais, Fabiano de Abreu, CEO da MF Press Global, aponta que o Instagram, assim como as demais redes, já são um grande fake: “O número de compra de likes chega a ser o dobro das curtidas orgânicas em muitos perfis de ditos influenciadores digitais. O Instagram já tornou-se um fake. Muitas das interações são falsas, infladas, criando artificialmente relevância para os que estão dispostos a pagar por isso, de modo a atrair parceiros comerciais. Para comprovar isto, basta entrar no perfil de algumas pessoas e verificar nos likes e follows. Tendo a paciência de olhar um a um, perceberá o número de contas fakes que a pessoa tem interagindo com o seu perfil. São bots e isso é uma forma de trapacear para criar artificialmente um influenciador digital”.
Em relação a atitude do Facebook, de processar a empresa que vendia curtidas, Fabiano revela que isto é cíclico: “O Instagram constantemente tenta arrumar maneiras de derrubar esses programas de interação fake, e quando consegue, logo os desenvolvedores arrumaram um outro jeito de burlar o sistema. A verdade é que os influenciadores ficaram reféns de um sistema que os obriga a publicitar postagens já que, hoje em dia não existe mais a mesma interação orgânica, ou seja, ninguém segue e dá likes mais como antes. Devido as restrições também de alcance e os novos algoritmos do Instagram, o próprio aplicativo obriga-nos a pagar publicidade. E nem a publicidade paga dá o resultado esperado em visualizações, alcance e curtidas. Esperam-se resultados da publicidade no Instagram extraordinários, mas o fato é que as próprias pessoas alcançadas em geral não se interessam em seguir aquela pessoa ou conteúdo. O Instagram tem o desafio de deixar de ser um fake. E essa é uma questão de mão dupla, seja removendo as contas fake e os usuários parando de apelar para recursos de interação automatizados, ou seja com o Instagram voltando atrás na diminuição do alcance e da interação dos posts, o que hoje nos obriga a pagar pela publicidade na plataforma para ter maior visibilidade”.