A comerciante Sema Simão, 42, e a enfermeira Cléia Gonçalves da Silva Simão, 48, se casaram neste sábado em Santa Bárbara d’Oeste.
Morando juntas há nove anos, elas decidiram realizar a união no Cartório de Registro Civil, no Jardim São Francisco. Esta é a segunda união homoafetiva registrada no município, mas a primeira, ocorrida em 17 de novembro, não teve divulgação autorizada.
O casal aguardou 15 dias desde o pedido até a permissão para a cerimônia. De início, a comerciante era contra a divulgação da história, mas Cléia a convenceu de que poderiam ajudar outras pessoas. “Acho importante divulgar porque se outras pessoas que também têm essa vontade podem realizar esse sonho. ?? uma conquista muito importante”, disse.
Cléia disse que teve receio ao contar sobre o enlace matrimonial no ambiente de trabalho. “Não queria convidar ninguém no hospital em que trabalho por medo. Depois que a minha chefe disse que não teria problema alguma em casar com uma mulher eu fiquei mais aliviada”.
A ex-cunhada de Cléia, a artesã Patrícia Carla Vieira dos Santos, 41, fez questão de acompanhar a cerimônia. Para ela, muitas pessoas se arrependem daquilo que não fazem. “Se a união registrada em cartório é para a felicidade de ambas, já está abençoado”, disse. O professor Rodrigo Gonçales, 37, padrinho de casamento, analisa a oficialização da união como uma forma de superação. “Sou amigo delas e sou suspeito para falar, mas espero que elas sejam muito felizes”.
A juíza que celebrou a união, Maria Antonia Gonçalves Fronza, informou que o cartório tem recebido pedidos de união homoafetiva. “Para mim não tem diferença nenhuma. ?? meu serviço e executo com muito amor e carinho. Perante a lei, os casamentos são todos iguais”, afirmou.