Com o avanço da pandemia e o iminente colapso das UTIs na rede pública de saúde, os leitos de hospitais privados do Estado de São Paulo, inclusive alguns de Campinas, já estão sendo requisitados para socorrer os doentes que não encontram vagas no SUS. A informação foi revelada pelo economista Marcos Novais, superintendente executivo da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
???O governo paulista pediu e já existem operadoras no interior, como em Campinas e São Paulo, que já colocaram leitos à disposição do setor público???, afirmou Novais na entrevista. Ele, porém, não indicou quais hospitais privados de Campinas atenderam ao chamamento. ????? um momento único, é a primeira vez que a gente está atuando com um sistema de saúde único de fato???, ressaltou.
Na capital, desde o dia 16 de abril os hospitais particulares estão obrigados a informar o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados e disponíveis. E a prefeitura já começou a requisitá-los. O município paga uma diária de R$ 2.100,00 – que é o preço público definido pela prefeitura, pelo uso de cada leito.
Esse compartilhamento de leitos é uma recomendação do Conselho Nacional de Saúde. Em documento de 22 de abril, destinado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, bem como aos respectivos Conselhos de Saúde, o presidente do Conselho, Fernando Zasso Pigatto, recomendou ???aos gestores do SUS, em seu âmbito de competência, que requisitem leitos privados, quando necessário, e procedam à sua regulação única a fim de garantir atendimento igualitário durante a pandemia???.
A estimativa do Conselho é que atualmente, em todo o Brasil, os hospitais particulares contem com 15.898 leitos de UTI, com ociosidade próximo de 50%. Já a rede pública do SUS, nas capitais e regiões metropolitanas, está perto dos 100%.