Com uso de quase uma hora da tribuna livre durante a sessão desta terça-feira (26) na Câmara de Sumaré, a prefeita Cristina Carrara (PSDB) admitiu “a situação hoje do município não é boa e gostaria de pedir aqui, aos vereadores, que nos ajudem a passar por essa etapa. Eu tenho certeza que com parceria conseguiremos”.
Com delicadeza, a chefe do Executivo despejou todos os compromissos não realizados do do ex-prefeito Bacchin, entre eles, o não pagamento de seis meses de alugueis de diversos prédios públicos, o que gerou ações de despejo e a necessidade de acordos entre as partes para que a os serviços continuem sendo prestados à população. “Algumas situações de imóveis alugados que estão bastante precários”, revelou.
“Assumi o cargo no dia 1º de janeiro com o compromisso de trilhar de maneira transparente, séria e participativa. E, hoje, iniciamos a apresentação de um trabalho que a equipe está fazendo. Transparência que queremos ter nos 4 anos de trabalho”, disse. “Essa é a realidade e o desafio que temos para frente. Cada um tem um papel importante nesse contexto, a população, os vereadores, o Executivo”, completou.
Cristina lembrou os R$ 17 mil encontramos em caixa, dos R$ 18 milhões em folhas de pagamentos que deveriam ser pagos referente ao mês de dezembro ao funcionalismo público e ao montante de R$ 360 milhões que chega a dívida da Prefeitura. Ressaltou o prejuízo causado pela perda de CND (Certidão Negativa de Débito), que já impediu a Prefeitura de receber mais de R$ 5 milhões em transferências de recursos nos últimos anos, além de outros repasses que não veio à cidade, como o recurso do Fundocamp no valor de R$ 600 mil para a implantação do Sistema de Videomonitoramento.
Segundo a apresentação, os fornecedores de uniformes da Rede Pública não receberam o pagamento do ano passado “então, estamos pagamentos algumas parcelas para fabricarem os uniformes desse ano”. A prefeita falou ainda sobre as dívidas deixadas e já pagas com o Proeb (Pró-Educação Básica), que é o convênio com creches particulares, e com as entidades assistenciais. Comentou também sobre o descaso com a frota municipal, sendo que dos 186 oficiais, 114 foram encontrados quebrados no início do ano. Além das dívidas com fornecedores e recursos humanos.
Uma dos assuntos levantados pela tucana, foi que R$ 2,7 milhões de reais do Fundo da Saúde – verbas carimbadas que já possuem um destino -, foram usadas para outra finalidade. “Nós deveríamos ter extra de saúde, mas foi usado com outra finalidade, não sabemos exatamente”, disse. “Estamos com capacidade zero de investimento, sem capacidade de receber convênios, com funcionários desmotivado porque falta estrutura para trabalharem, com obras paradas na cidade. Estamos trabalhando no sentido de reverter essa situação”, completou.