O prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder, o Leitinho, participou na terça-feira (23/02) de manhã da reunião mensal do Conselho de Desenvolvimento da RMC (Região Metropolitana de Campinas), na Prefeitura de Campinas, onde os mandatários decidiram solicitar formalmente que o Governo do Estado amplie urgentemente a oferta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes graves de Covid-19.

Representantes das 20 cidades da metrópole aprovaram um documento que seria enviado ao governador João Doria, pedindo a ampliação de leitos no HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp e no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Campinas – ambos realizam esse atendimento regional, assim como o Hospital de Campanha de Santa Bárbara d’Oeste e o HES (Hospital Estadual de Sumaré), entre outras unidades de referência.

O Conselho de Desenvolvimento da RMC também vai propor que o Hospital de Campanha de Santa Bárbara receba investimentos em equipamentos e pessoal para que a estrutura atual, com leitos de enfermaria, possa ser transformada em local de maior complexidade, com UTIs.

Os prefeitos temem que o avanço da pandemia e o aumento dos casos graves, possam levar a região ao colapso no atendimento aos doentes. “Temos hoje uma situação preocupante porque o perfil dos pacientes mudou. Há duas semanas, de cada cem pacientes atendidos nos hospitais, um ou dois eram internados. Hoje, esse número é entre oito e dez e cada vez mais a doença está chegando a pessoas com menos de 60 anos”, disse o prefeito de Campinas, Dário Saadi.

No auge da pandemia, o Estado tinha 93 leitos de UTI em Campinas, e hoje dispõe de 30 leitos de UTI no Hospital de Clínicas da Unicamp, ou seja, um terço da estrutura anterior. O AME, que foi referência para pacientes com Covid-19, teve seu atendimento reprogramado em setembro e retomou sua função tradicional, que é oferecer consultas, exames e procedimentos de menor complexidade, mediante agendamento. Os prefeitos querem que o Estado inclua o ambulatório novamente como referência para Covid-19 na região.

MAIS VACINAS

A Região Metropolitana de Campinas também vai exigir do Ministério da Saúde o envio de mais vacinas para os municípios, e para isso cobraria do ministro Eduardo Pazuello a oficialização da nova orientação para vacinação no Brasil. Na última sexta-feira, o ministro orientou os prefeitos a aplicarem todo conteúdo das 4,7 milhões de doses do novo lote de vacinas como 1ª dose.

A previsão do ministério era que, a partir da terça-feira (23 de fevereiro), começasse a distribuição às secretarias estaduais de Saúde cerca de 2,7 milhões de doses da vacina CoronaVac, produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan, e outros dois milhões de doses da AstraZeneca, que o Governo Federal está importando da Índia.

A preocupação dos prefeitos da RMC é que, com a demora em receber o imunizante para os grupos prioritários, a mudança de estratégia possa levar a perda da validade da primeira dose aplicada.

De acordo com o Ministério da Saúde, pacientes que receberam a 1ª dose do Butantan tem entre 14 e 28 dias para tomar a segunda. A pasta informou que receberá, em março, 21 milhões de vacinas do Butantan, o “que deve garantir a segunda rodada de imunização”. Já as vacinas da AstraZeneca possuem um período maior para aplicação da segunda dose, com prazo de até três meses.