Estudo do Seade analisa a mortalidade na infância, que corresponde às mortes ocorridas em crianças antes de completarem cinco anos de idade, no Estado de São Paulo. O trabalho estuda dois grupos de nascidos vivos acompanhados durante cinco anos, apresenta principalmente as características das mães e das crianças que morreram nesse período. Mostra também as doenças infecciosas e parasitárias que ainda têm presença marcante entre as causas de morte neste grupo etário.
Resumidamente, as evidências apontam que:
- a cada cinco mulheres, mães de crianças que foram óbito, duas tiveram menos de 32 semanas de gestação, mais da metade submeteu-se ao parto cirúrgico e fez menos de sete consultas de pré-natal. Esse conjunto sugere maior risco de morte do recém-nascido e na infância;
- há redução do risco de morte entre osdois grupos analisados em períodos diferentessendo a maior redução no grupo de menores de um ano;
- quase a totalidade das crianças que foram a óbito nasceu em hospital, perto da metade nasceu com menos de 1.500 gramas, e um oitavo não chegou a completar cinco anos;
- um quinto dos óbitos ocorridos nosdois grupostiveram como causa básica de morte as doenças infecciosas e parasitárias, destacando-se, em primeiro lugar, as infecções específicas do período perinatal, seguidas pelas pneumonias e broncopneumonias, e as septicemias em terceira posição;
- houve aumento do risco de morte na infância por diarreias, septicemias e infecções específicas do período perinatal.
Os dados apresentados indicam que as probabilidades de morte na infância ainda são elevadas, em grande parte devidas à ocorrência de causas evitáveis relacionadas aos cuidados em saúde materna e infantil. Políticas públicas de saúde e intervenções intersetoriais devem ser continuadas e aprimoradas para a maior redução da mortalidade na infância no Estado de São Paulo.
O Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – é a agência paulista de estatísticas que há mais de 40 anos coleta, analisa e dissemina dados sobre o Estado de São Paulo.