A Prefeitura de Nova Odessa, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde, iniciou nessa semana um novo levantamento da ADL (Avaliação de Densidade Larvária) do mosquito Aedes aegypti. O trabalho avaliará a situação do município quanto à infestação do inseto transmissor dos vírus da dengue, zika e febre chikungunya – e até mesmo febre amarela.

O estudo indica quais regiões ou bairros correm mais risco de sofrer um surto e, assim, pode “direcionar” o trabalho preventivo realizado constantemente pela Prefeitura para áreas prioritárias da cidade.

Para desenvolver a tarefa, coordenada pela Zoonoses, é realizado um sorteio de imóveis através de um sistema eletrônico da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias). O sistema apresenta as quadras e quais imóveis devem ser vistoriados em todo o município.

“Esse é um trabalho padrão que realizamos anualmente nos meses de janeiro, abril e julho. A partir desse mapeamento realizamos o trabalho de campo, que deve durar cerca de 10 dias”, explica a veterinária municipal Paula Faciulli, responsável pelo Setor de Zoonoses.

De acordo com ela, cerca de 600 imóveis serão avaliados pela Vigilância Sanitária. Paula conta que a ADL “complementará as ações que já vêm sendo desenvolvidas pela Zoonoses, como as visitas de porta em porta com o trabalho de ‘arrastão’ e recolhimento de possíveis criadouros” das larvas do bicho.

Alerta

Para desenvolver o trabalho de avaliação e orientação, os agentes pedem a colaboração da população, para que seja autorizado aos servidores entrar nas casas e fazer a inspeção. Todos os funcionários do serviço de controle de Zoonoses estarão uniformizados e devem apresentar o crachá da Prefeitura de Nova Odessa. “Caso o morador fique desconfiado deve ligar na Zoonoses pelo telefone (19) 3466-3972 para se certificar”, pede Paula.

Segundo a veterinária, o combate ao mosquito da dengue deve ser feito o ano todo, porém, os primeiros meses do ano são os mais propícios para a infestação e contaminação da doença, devido ao grande volume de chuvas e ao calor intenso.

Para evitar a proliferação do mosquito, a população deve ficar atenta e seguir alguns passos. Entre eles, colocar areia nos pratos dos vasos de plantas e trocar a água diariamente do bebedouro dos animais domésticos. A Zoonoses orienta ainda que “não basta esvaziar o recipiente, é preciso esfregá-lo, para retirar possíveis ovos depositados pelo mosquito na superfície da parede interna, pouco acima do nível da água”. O mesmo vale para qualquer outro recipiente com água.

Pneus velhos devem ser furados e guardados com cobertura. Garrafas pet e outros recipientes vazios também devem ser guardados em local coberto ou encaminhado para reciclagem. Vasos e baldes vazios devem ser colocados de boca para baixo. Seque as áreas que acumulem águas de chuva. Tampe os ralos e as caixas d’água. Elimine todo o lixo reciclável dos quintais, dando-lhe destinação correta.

Densidade

No primeiro levantamento da ADL deste ano, realizado em janeiro, o índice registrado foi de 0,3. Das 587 residências vistoriadas, em apenas seis delas foram encontradas larvas do mosquito. O Ministério da Saúde, a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelecem que uma ADL entre um e três traz “baixo risco de epidemia de dengue”.

Apesar de o índice apontar até agora um bairro risco de uma epidemia de dengue no município em 2021, até o presente momento, 47 casos positivos de dengue foram diagnosticados em Nova Odessa (sendo três em janeiro, 22 em fevereiro e 22 em março). No ano passado inteiro, Nova Odessa registrou 339 casos positivos, e 925 em 2019.