A vereadora de Americana Professora Juliana (PT) usou tempo de explicação pessoal durante a sessão desta quinta-feira, na Câmara Municipal, para se posicionar quanto aos ataques recebidos pelo vereador bolsonarista de Santa Bárbara Felipe Corá (Patriota).
A vereadora já obteve uma vitória na justiça na terça-feira (3) com a determinação do Juíz Fábio D’Urso para a imediata retirada do vídeo publicado pelo parlamentar barbarense, onde ele pede que Juliana “lave a boca com ácido sulfúrico” antes de falar do presidente Jair Bolsonaro.
O discurso de Juliana nesta quinta-feira trouxe, principalmente, a pauta da violência contra a mulher (veja o vídeo abaixo), devido ao tom agressivo de Corá em sua fala. Juliana destacou, ainda, que “ácido sulfúrico não é sabão, é um item de tortura”.
INDENIZAÇÃO. Além de já ter conseguido com que o vídeo seja excluído das redes sociais de Corá, Juliana ainda pede indenização de R$10 mil por danos morais. Segundo a vereadora, a indenização será utilizada para apoiar projetos de combate à violência contra a mulher.
“É inaceitável que um vereador utilize seu posto para fomentar discurso de ódio contra minha orientação político-partidária, para fazer afirmações levianas sobre meus posicionamentos políticos e para naturalizar a violência contra as mulheres. Não se trata, portanto, de manifestação de ideias ou de divergências políticas, mas de discurso de ódio, porque foge à racionalidade, é hostil, insulta, intimida e constrange”, disse a vereadora Professora Juliana.
Na ação, a defesa da parlamentar aponta que o ataque feito por Corá “causou um dano imensurável à honra, à moral, à dignidade e à imagem da autora” e que não se configura “imunidade parlamentar” em relação às declarações feitas pelo vereador porque elas não têm relação com o exercício do mandato do parlamentar barbarense.
CÂMARA DE SANTA BÁRBARA. A vereadora também comunicou oficialmente o presidente da Câmara de Santa Bárbara d’Oeste, vereador Joel Cardoso (PV), relatando o caso e solicitando que a Comissão de Ética seja informada do fato, analise as declarações do parlamentar e o responsabilize pela conduta violenta.
A assessoria de imprensa da Câmara barbarense afirmou que irá encaminhar o pedido primeiramente para procuradoria para então definir se o caso seguirá para a Comissão de Ética da casa.
SERVIDOR DA CÂMARA DE AMERICANA. A vereadora protocolou ainda um pedido de abertura de processo administrativo contra um servidor comissionado da Câmara de Americana que reproduziu o vídeo com os ataques proferidos por Corá em um programa de TV e, entre risos, pediu respeito à fala do vereador barbarense.
O servidor, que também trabalha no programa de TV, ironizou e minimizou a sugestão do vereador de que a vereadora lavasse a boca com ácido sulfúrico e “alertou” o vereador que “não pode, vai derreter a boca da vereadora”, e finalizou dizendo estar na expectativa para ver a resposta da parlamentar na sessão ordinária da Câmara de Americana “para se divertir”.