Nesta edição, o Brasil caiu duas posições no ranking do estudo semestral, que avalia o grau de otimismo dos empresários para os próximos 12 meses. O país foi do 8º para o 10º lugar entre as 29 economias analisadas, apesar de ter apresentado um índice de otimismo maior do que o registrado na pesquisa anterior.
Mais da metade dos empresários brasileiros (66%) estão otimistas com a recuperação dos negócios, índice muito superior aos 40% que enxergavam um futuro positivo no mesmo período de 2020 e também dos 40% registrados há seis meses. A média global ficou em 69%, com crescimento de 12 pontos percentuais (p.p.) com relação à última apuração.
A China segue liderando o ranking, com 86% de otimismo, seguida pelos Estados Unidos (83%), que subiu duas posições, e Indonésia (78%), que caiu uma. A Índia, mesmo caindo de terceiro para sexto lugar, manteve um alto índice de otimismo de 74%, contra 71% registrado na última edição. Argentina e México, outros dois países latino-americanos pesquisados, além do Brasil, aparecem com 30% e 59%, respectivamente.
Entre todos os países, o empresário brasileiro se mostrou o mais otimista com relação ao crescimento dos negócios no curto prazo. Para 79% dos empresários pesquisados, haverá aumento de receita nos próximos 12 meses, 28 pontos percentuais (p.p) a mais do que o registrado no mesmo período de 2020 (51%), e muito acima da média global de 57%.
O emprego foi outro item no qual o Brasil se destacou, com 77% dos empresários afirmando ter expectativa de crescimento em um ano, muito acima dos 48% da média global e também dos 46% registrados no país no primeiro semestre de 2020.
Com relação às exportações, a pesquisa vem apresentando melhoras no otimismo a cada edição. Há um ano, 40% dos entrevistados brasileiros acreditavam na tendência de crescimento, esse índice subiu para 52% há seis meses e atingiu os 57% na edição atual, que aponta uma média global de 45%. A receita obtida no mercado externo, para 51%, também deve ser maior do que no mercado local, posicionando o Brasil no 4° lugar no ranking, enquanto a média global ficou em 41%.
Restrições ao crescimento
A pesquisa IBR também procurou saber quais as principais restrições ao crescimento nos negócios em cada país. Para 41% dos empresários brasileiros, o maior entrave é a falta de financiamento, índice que estava em 52% no mesmo período do ano passado. A burocracia, segundo os entrevistados, aumentou de 55% para 58% em um ano, enquanto a falta de mão de obra qualificada diminuiu de 51% para 47%, e o custo de mão de obra caiu de 50% para 45%. As incertezas econômicas também aparecem como um entrave para 58% dos empresários no Brasil. Em 2020, o índice era de 66%.
Para Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, o fato do otimismo geral com relação à economia ter crescido mais em outros países do que no Brasil pode estar relacionado com o avanço da vacinação contra a covid-19, sobretudo nos Estados Unidos, na China e nos países europeus, abrindo uma nova perspectiva com relação à retomada dos negócios.
Apesar das altas expectativas dos empresários brasileiros em relação ao crescimento da receita e na geração de empregos nos próximos 12 meses, os resultados de parte da pesquisa – que trata de questões diretamente ligadas aos efeitos da pandemia – não mostram um cenário tão positivo no curto prazo. O percentual dos que acreditam que os seus negócios crescerão 10% ou mais este ano é de 16,6%; para 25,3% o crescimento será de até 9%, e 13,8% acham que a receita da empresa permanecerá a mesma. Com relação à queda no faturamento, 19% dos entrevistados preveem uma diminuição de até 9% e 12,3% estimam essa perda entre 10 e 19%.
“É importante ressaltar a tendência das empresas brasileiras explorarem mais o mercado externo, considerando a taxa de câmbio favorável e o aquecimento do consumo nas principais economias, pois 57% dos empresários esperam aumentar suas exportações nos próximos 12 meses e 58% pretendem aumentar também o número de países com os quais fazem negócios. Com o aumento do volume exportado e a entrada em novos mercados, essas empresas podem alavancar a oferta de novos empregos”, avalia Maranhão.
O executivo ressalta, ainda, que as empresas médias brasileiras tiveram os seis meses mais fortes entre as dos três países latino-americanos monitorados pelo IBR (Brasil, México e Argentina). “Atualmente, o Brasil é o país com maior reserva cambial e melhor preparado para a retomada econômica na região, graças às menores barreiras ao crescimento e melhores oportunidades proporcionadas pela baixa taxa de juros, maior busca de recursos e investimentos e o auxílio emergencial do governo”, afirma.
“Além disso, esse cenário de otimismo com relação ao crescimento econômico está baseado também no avanço dos programas de reforma tributária e de privatização, juntamente com a imunização da população contra a covid-19. Mas, há que se considerar, ainda, a eleição presidencial de 2022 e os rumos que o país tomara a partir de seu resultado”, finaliza.
Sobre a Grant Thornton
A marca Grant Thornton, sob a qual as empresas-membro fornecem serviços de auditoria, tributos e consultoria aos seus clientes, está entre as cinco maiores organizações de auditoria e consultoria nas principais economias globais, com presença em mais de 140 países. No Brasil, a empresa reúne um time de mais de 1.200 profissionais, baseados em 11 principais centros de negócios do país, atendendo empresas de todos os setores produtivos nas mais variadas etapas de crescimento, desde startups até companhias abertas.