A escritora Cláudia Monteiro da Rocha Ramos prepara o lançamento do livro “Identidade e Memória: a trajetória histórica dos negros em Americana”, obra produzida  como contrapartida da aplicação de recursos da Lei Aldir Blanc de fomento à cultura. O lançamento está marcado para o dia 20 de junho, às 19h, no Auditório Carlos Fonseca, na Câmara Municipal de Americana, com entrada franca.

 

De acordo com a autora, a iniciativa de organização do livro parte de uma reação à ausência da história e da relevância do povo negro para formação econômica, social, artística e cultural na historiografia oficial, no debate público e nas homenagens e especiais comemorativos da cidade de Americana. “Não se trata aqui de romantizar um passado de escravismo, exploração, dominação, violência e opressão contra o povo negro, mas sim de ir contra as “políticas de esquecimento” que tratam de apagar e invisibilizar elementos constituintes da história do município, e que são extremamente necessários para se compreender a organização do racismo em suas dimensões estrutural, institucional e interpessoal na sociedade brasileira, bem como no município de Americana”, explicou.

 

Ela ainda destacou a relevância da obra frente à contribuição dos negros à sociedade americanense. “Este livro representa mais um elemento que se soma a um esforço e um trabalho que os movimentos negros e movimentos culturais afro-brasileiros há muito tempo vêm pautando na cidade e região, mas que até então nunca teve sua importância valorizada, tanto que ao buscar nos acervos literários do município não se encontra publicações voltadas com atenção especial à temática ou mesmo que mencione, em linhas gerais, quando se trata da História de Americana, por exemplo.”

 

O livro apresenta a trajetória de homens e mulheres da cidade e região, negros e negras, que dedicaram suas vidas à luta pela valorização de sua cultura e contra a desigualdade racial, como por exemplo: Sílvia Barros, Seu Dito Preto e Lúcio Gabriel. Para tanto, foram consultadas diversas fontes históricas como inventários dos proprietários da Fazenda Salto Grande, arquivos de centros de memória, publicações em jornais da cidade do século XX, relatos e contribuições no âmbito da história oral de moradores e memorialistas da cidade, entre tantos outros. A obra será distribuída nas escolas das redes pública municipal e estadual de Americana.

 

A secretária de Cultura e Turismo de Americana, Marcia Gonzaga Faria, destacou a importância da obra para a história da cidade. “O livro contribuirá com a formação da identidade racial dos munícipes de Americana e servirá de subsídio a discussões sobre o tema, proporcionando mais conhecimento a todos os interessados na construção de uma sociedade mais igualitária”, destacou.

 

O projeto foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Prefeitura de Americana.