Apesar dos reflexos da crise econômica pós-pandemia e as mudanças no comportamento do consumidor, sobretudo devido à aceleração da transformação digital, o diretor de novos negócios da NEWPROPERTIES, Henrique Haddad, explica que existe sempre uma boa expectativa quanto ao mercado imobiliário. Imóvel em 2023: comprar, vender ou alugar?
“Quando o brasileiro pensa em uma maneira de investir, a opção de adquirir um imóvel é sempre cogitada, pois é relativamente segura quando comparada a outros investimentos”, afirma ele.
Para Haddad, a baixa histórica da taxa de juros em 2020 e 2021, além do acesso ao crédito imobiliário impulsionaram o setor, mesmo quando o cenário ficou conturbado com a pandemia. “As condições favoráveis mantiveram o otimismo dos investidores e compradores, que aproveitaram o momento para fazer bons negócios”, pontua.
O desafio, segundo o diretor da NEWPROPERTIES, é entender as oscilações do mercado para tomar a melhor decisão. Afinal, é hora de comprar, vender ou alugar? Para ele, é preciso analisar as possibilidades.
“O setor exige resiliência e paciência. Sempre existe um bom negócio à disposição do interessado”, avalia Henrique Haddad.
A Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística da entidade junto às incorporadoras associadas, apurou em setembro deste ano a comercialização de 6.255 unidades novas, resultado 11,5% maior do que em agosto. Foram apuradas 69.812 unidades vendidas no acumulado de outubro de 2021 a setembro de 2022 – 6% a mais do que nos 12 meses anteriores. O VGV (Valor Global de Vendas) totalizou, em setembro, R$ 2,775 bilhões.
“Os dados comprovam a resiliência do mercado imobiliário. Seja para moradia ou investimento, o consumidor está comprando. As duas opções são questões culturais para o brasileiro, que deseja adquirir uma casa própria ou investir em um imóvel – e, em alguns casos, as duas coisas”, analisa Henrique Haddad.
Para Henrique Haddad, a influência da Selic se comprova mais uma vez na performance do mercado. “A Selic permaneceu por 14 meses em 14,25% – de agosto de 2015 até setembro de 2016. Depois, foi caindo, gradativamente, até chegar a inéditos 2,00%, em setembro de 2020, permanecendo neste patamar até fevereiro de 2021, quando voltou a subir gradativamente até os atuais 13,75%”.
O diretor analisa, ainda, o INCC (Índice Nacional do Custo de Construção) como coadjuvante. O acumulado de 12 meses estava em 6,10% em 2016. Manteve-se praticamente estável até 2019, com 4,25%, 3,83% e 4,14%, até que deu um salto, pulando para 8,81% em 2020, primeiro ano da pandemia.
“O custo subiu ainda mais e chegou ao ponto mais alto dos últimos 20 anos, com 13,84% em 2021 (perto dos 14,42% registrados lá em 2002). No acumulado até setembro, estamos na casa dos 9% e não deve fechar o ano muito diferente disso”, destaca Henrique.
Para quem deseja vender um imóvel, as opções também são boas. Com o mercado aquecido, há compradores disponíveis, com renda, buscando imóveis prontos.
Com a mudança de perfil do consumidor e exigência por critérios que incluem mobilidade urbana, acessibilidade, sustentabilidade e segurança, por exemplo, existe uma corrida por parte das incorporadoras que buscam terrenos bem localizados, matéria-prima cada vez mais escassa no mercado.
Por outro lado, também existe essa mesma demanda por parte de pessoas que desejam moradias com esses critérios. “Notamos que, hoje em dia, algumas questões são inegociáveis e o consumidor não vai abrir mão, seja ele inquilino ou proprietário do imóvel”, explica.
Com o cenário atrativo para quem está aproveitando as condições econômicas ou está se movimentando por uma melhoria das suas condições, a compra como investimento para aluguel também é recomendada.
“Temos 8,59% registrados pelo IGP-M (índice Geral de Preços de Mercado) e 10,07% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado de 12 meses até setembro. Esses são os índices mais usados para reajustes nos contratos de aluguéis dos brasileiros”, pontua o diretor da NEWPROPERTIES.
Para ele, a locação é um bom hedge em momentos de inflação alta. Henrique Haddad, porém, recomenda cautela e prudência para negociar.
Quem não possui o valor do investimento para comprar, nem deseja financiar, morar de aluguel é uma saída viável. Nos últimos tempos, o mercado de locação evoluiu muito, e, hoje, o potencial locatário pode encontrar excelentes oportunidades de moradia, com flexibilidade e conveniência.
“O mercado imobiliário é forte e resiliente, como vimos, porém, é preciso avaliar os pontos antes de tomar uma decisão. Vender, comprar ou alugar depende do momento de vida, reais necessidades e capacidade financeira do consumidor. Por isso, é necessário fazer negócio por meio de um profissional que irá mostrar as opções mais viáveis de acordo com sua possibilidade”.