Presença da larva indica força da dengue
Realizado a cada três meses, a mais recente ADL (Avaliação de Densidade Larvária) promovida pela equipe do Setor de Zoonoses da Prefeitura de Nova Odessa visitou, por amostragem, 565 imóveis. Foram encontradas 04 casas com larvas, em tambores, piscina e fonte de água. Com isso, a ADL ficou em 0,9 – considerada “satisfatória” por ainda estar abaixo de 1,0, nível em que se tornaria um “alerta” para a dengue.
A ADL é uma atividade de vistoria a imóveis em quarteirões sorteados sob critérios preconizados pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo), para conhecimento de amostragem da quantidade de prédios com a presença de recipientes com larvas do mosquito. A avaliação busca larvas do Aedes aegypti, mosquito cuja fêmea adulta é responsável por transmitir o vírus da dengue de um humano contaminado para outro.
Atuaram na ação, de 09/01 a 18/01, seis agentes de Endemias da Prefeitura. “Os responsáveis foram notificados e os criadouros, eliminados. No caso da piscina, foi exigido o tratamento da água”, assegurou a coordenadora do Setor de Zoonoses, a veterinária Paula Faciulli.
Além das ADLs periódicas, também é feito, anualmente, o LIRA (Levantamento Rápido de Índice Larvário). O mais recente, em outubro passado, havia apontado zero larvas. Se a cidade tivesse até 1% de seus imóveis com larvas, ainda assim teria um índice considerado “satisfatório” pela OMS (Organização Mundial de Saúde). De 1,0% a 3,5%, a cidade seria considerada em “estado de alerta”. Acima disso, haveria um “risco de surto” de dengue.
Para a realização dos levantamentos periódicos, são sorteados aleatoriamente, por um programa fornecido pela Sucen, um total de 600 imóveis, em todas as regiões da cidade. Essas casas e estabelecimentos são então visitados pelos Agentes de Zoonoses da Prefeitura em busca de qualquer recipiente com água parada que contenha larvas do Aedes.
Segundo Paula, os resultados se devem ao trabalho diário dos Agentes de Endemias, nas atividades de casa a casa de segunda a sexta-feira, aos bloqueios de criadouros e aos arrastões aos sábados (que são dois por mês). “Mas vale lembrar que a população deve continuar se mantendo alerta, deixando seus quintais sempre limpos, sem água parada e removendo os objetos que não são mais utilizados. E isso durante o ano todo”, acrescentou a médica veterinária.
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A redução de criadouros ainda é o melhor método para prevenir a proliferação de mosquitos e das doenças transmitidas por eles. Isto porque cerca de 80% dos criadouros são domésticos, ou seja, estão nas moradias das pessoas. Os munícipes que identificarem possíveis criadouros em terrenos baldios devem comunicar diretamente o Setor de Zoonoses por meio do WhatsApp (19) 99749-2110.
Número de mortes aumenta no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, 1.016 pessoas morreram em 2022 em decorrência da doença
O número de mortes por dengue aumentou no Brasil no último ano. Diante deste cenário, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção São Paulo (ABES-SP) reforça a importância da realização de campanhas sobre o tema. De acordo com o Ministério da Saúde, 1.016 pessoas morreram em 2022 em decorrência da doença. Além disso, existem 109 mortes em investigação, com suspeita de dengue.
Os dados são alarmantes porque o número é o maior do século, ficando atrás apenas dos dados de 1980, quando a doença se tornou uma epidemia no Brasil pela primeira vez. Além disso, em 2022, foram mais de 1,4 milhão de casos prováveis, o que representa um aumento de 162,5% na comparação com 2021.
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