Ao menos 25 bebês morreram na Santa Casa de Misericórdia do Pará, nos últimos 15 dias. O sindicato dos médicos diz haver superlotação na unidade o que acaba resultando em má qualidade de atendimento. O hospital foi denunciado ao Ministério Público do Estado, que já investigava mortes ocorridas no ano passado.
As condições precárias da Santa Casa obrigam que as crianças fiquem todas juntas o que acaba por aumentar os riscos de infecção hospitalar. A UTI neonatal também está superlotada e há falta de equipamentos e funcionários.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública e a Fundação Santa Casa de Misericórdia confirmam as 25 mortes, mas negam que elas tenham ocorrido por negligência ou falhas estruturais.
As instituições também negaram que haja um surto de infecção hospitalar na UTI neonatal. As mortes, segundo o governo, foram causadas por síndrome genética, doenças cardíacas e prematuridade extrema dos recém-nascidos. Apenas três bebês teriam morrido por causa de infecção hospitalar.
A Santa Casa de Misericórdia do Pará realiza, em média, 600 partos por mês, dos quais 86% são de alto risco, segundo a assessoria de comunicação do hospital. A instituição conta atualmente com 67 leitos de UTI neonatal.