Campinas, uma importante região de cultivo e análise de lúpulo do Brasil,
reuniu algumas das melhores safras do país neste fim de semana. A 2ª edição da Copa Brasileira de Lúpulos, realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), movimentou o polo cervejeiro da região e todo o setor, premiando os melhores lúpulos do país em 2023.
O evento reuniu 34 produtores de oito Estados diferentes, mais o Distrito Federal, e foi organizado pela Kalamazoo Natural Solutions, uma empresa-filha da Unicamp, especializada no controle de qualidade para o mercado de lúpulo e atualmente incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade, em parceria com Duan Ceola, coordenador da Escola Superior de Cerveja e Malte.
“Nós conseguimos triplicar as inscrições das amostras, em relação à primeira edição da Copa, atingindo o principal objetivo, que era criar um ambiente de interação entre os produtores, as cervejarias e os consumidores, gerando oportunidades de negócios e parcerias para fortalecimento do setor”, disse Aureliano Agostinho Dias Meirelles, co-organizador da Copa e fundador da Kalamazoo, empresa que analisou a qualidade química dos lúpulos.
A competição permite que produtores nacionais apresentem seus produtos, valorizando e incentivando o uso do lúpulo brasileiro nas cervejas produzidas no país. No total, 87 amostras de 16 variedades distintas de lúpulo foram analisadas a partir de critérios técnicos e sensoriais na disputa por medalhas.
Melhor Fazenda de lúpulos do Brasil
A vencedora da 2ª Copa Brasileira de Lúpulos, como Melhor Fazenda de Lúpulos do Brasil, foi a Fazenda Irahops de Itapetininga, na Região Metropolitana de Sorocaba. Ela alcançou a maior pontuação da competição e o maior número de variedades de lúpulo com medalha de ouro.
No segundo lugar, em empate técnico, com a mesma pontuação, ficou a Fazenda Bella Terra, de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais, que acumulou uma medalha de ouro a menos que a grande campeã.
“Pudemos observar um grande salto na qualidade dos lúpulos nacionais em comparação com a primeira edição da Copa, realizada em 2022. Isso deixou os juízes, que são cervejeiros em sua maioria, extremamente empolgados e nós também, pois esperamos que isso se transforme em mais cervejas”, disse Duan Ceola, idealizador do evento.
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A cerimônia de premiação foi realizada na Casa do Professor Visitante (CPV) da Unicamp e contou com a participação de 110 pessoas presencialmente, além de transmissão ao vivo pelas redes sociais da Copa. Cervejeiros profissionais do Polo Cervejeiro de Campinas e outras cidades do Estado de São Paulo, além de representantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraná, participaram das análises sensoriais da competição.
O Grupo Lamas e a Tábuas Cervejaria, duas empresas-filhas da Unicamp, integraram o painel composto por 24 jurados. O Conselheiro do Grupo Unicamp Ventures e diretor de Operações do Grupo Lamas, David Figueira, lembrou que a história do lúpulo no Brasil é nova, mas já indica um futuro promissor.
“Graças a pesquisas feitas em diversas universidades, incluindo a Unicamp, tem se desenvolvido boas espécies de lúpulo no Brasil e o resultado disso foi mostrado nessa copa. Tivemos amostras com qualidade muito maior do que se vê nos players tradicionais, americanos e europeus”, disse David, que foi avaliador e palestrante no evento.
Muito além das medalhas
Além da premiação, os participantes puderam ampliar os conhecimentos durante um Workshop, que abordou desde o plantio e manejo agronômico, até o beneficiamento do produto para melhor atender as necessidades das cervejarias. O curso teve a presença de 75 participantes, dentre eles produtores de lúpulos, responsáveis por cervejarias, pesquisadores e agrônomos.
De acordo com a organização do evento, a escolha da Unicamp foi estratégica por sua localização e infraestrutura. “Agradecemos todos os produtores que entenderam que o grande ganho da copa vai muito além das medalhas ou troféu. O grande ganho está no fortalecimento do setor permeando todas as camadas, pois entendemos como pesquisadores, egressos do sistema acadêmico, que precisamos andar de mãos dadas, produtor, indústria e academia, para chegarmos mais longe e mais rapidamente”, disse Manuel Barrales, sócio da Kalamazoo.
O contato com o Polo Cervejeiro de Campinas, também incentivou a criação de dez novas receitas de cervejas, que foram produzidas por microcervejarias e cervejarias artesanais da região, e o lançamento pelo Polo de uma semana dedicada ao Lúpulo Nacional. Todas as cervejas puderam ser degustadas durante o evento e estão disponíveis nas cervejarias participantes divulgadas pelo Polo Cervejeiro de Campinas.
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