A Secretaria de Educação de Sumaré estuda medidas para regulamentar o uso de celulares nas escolas do município. O objetivo é atender à lei federal que estabelece regras para a utilização de aparelhos eletrônicos portáteis por estudantes das redes públicas e privadas de ensino do país.

A lei federal, sancionada em 13 de janeiro deste ano, estabelece que o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como tablets e celulares, está permitido nas salas de aula apenas quando for imprescindível em situações de perigo, para garantir acessibilidade e inclusão ou em atividades pedagógicas.

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A diretora-assistente da EM José de Anchieta, Cleide Tito da Silva, escola com maior número de alunos em Sumaré, explicou como está sendo o planejamento. Cleide relatou que a instituição já tem implementado algumas regras desde a pandemia de 2020.

Sumaré vai criar regras pro uso de celular nas escolas

“Temos quase mil alunos na faixa dos 11 aos 16 anos e estamos há alguns anos construindo uma cultura de diálogo sobre o uso do celular, que em nossa escola é proibido durante as aulas e intervalos. Os aparelhos só podem ser usados com supervisão do professor em uma atividade pedagógica, por exemplo”, explica.

A profissional identifica que os celulares atrapalham não apenas no aprendizado, mas também na construção de habilidades essenciais na infância e adolescência, como a socialização. “Os alunos ficam muito distraídos, não prestam atenção às aulas, não interagem entre si. Ficam nos jogos de celular ou nos grupos de mensagem, e não veem o tempo passar”, relata.

Estudos comprovam que o uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes prejudica o desempenho dos alunos e pode causar sedentarismo, isolamento social e problemas de convívio, ansiedade e depressão.

O PISA, avaliação internacional para estudantes com 15 anos realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aponta que 8 a cada 10 estudantes brasileiros de 15 anos disseram que se distraem com o celular durante as aulas de matemática.

Além disso, 72% das crianças avaliadas em uma pesquisa da faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) tiveram aumento da depressão associado ao uso excessivo de telas.

Educação de Sumaré planeja diretrizes para escolas

O secretário municipal Danilo de Azevedo disse que a gestão está avaliando as primeiras ações para garantir um ambiente escolar mais produtivo, alinhado às novas diretrizes legais. “Nosso foco é garantir que a nova legislação seja aplicada de forma responsável, sempre priorizando o bem-estar e o aprendizado das nossas crianças e jovens. A tecnologia tem um papel fundamental na educação, e estamos trabalhando para encontrar um modelo que permita o seu uso de forma pedagógica e consciente, sem prejudicar a concentração e a interação no ambiente escolar”, explicou.

O secretário reforçou ainda que as ações serão elaboradas em parceria com as instituições de ensino, equipes pedagógicas e familiares. “O diálogo com as unidades escolares, profissionais da educação e famílias será fundamental para que a transição ocorra de forma planejada e eficiente. Reforçamos nosso compromisso com a qualidade educacional e o bem-estar dos estudantes de Sumaré, garantindo que as mudanças tragam benefícios reais ao cotidiano escolar”, conclui.

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