O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, acelerou em fevereiro a 1,31%, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12).
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A inflação de fevereiro veio como um soco no estômago do consumidor. Após um início de ano relativamente estável, com uma variação de apenas 0,11% em janeiro, o IPCA-15 disparou para 1,23% no mês seguinte, configurando o pior fevereiro desde 2016.
O que está acontecendo? O governo perdeu as rédeas do controle econômico ou nunca as teve de fato? O consultor financeiro e mestre em negócios internacionais, Andre Charone, traz uma visão crítica sobre os impactos e as possíveis soluções para esse cenário preocupante.
O efeito cascata da inflação: mais do que números, uma realidade amarga
Para o brasileiro médio, essa alta significa menos dinheiro no bolso, perda de poder de compra e mais dificuldade para fechar as contas no fim do mês. A inflação não é apenas um índice estatístico, mas sim um reflexo direto do encarecimento de itens básicos, como alimentação, energia e educação, impactando todas as camadas da sociedade, especialmente as mais vulneráveis.
O principal vilão da vez foi a energia elétrica, que subiu alarmantes 16,33% após o fim do chamado Bônus Itaipu. Em janeiro, essa redução artificial nas tarifas ajudou a conter a inflação na média, mas, como era previsível, o benefício foi apenas temporário. Outro setor que pesou foi a educação, que registrou alta de 4,78%, refletindo os reajustes escolares do início do ano letivo. Esse efeito cascata se espalha e afeta toda a economia, com aumento nos custos para empresas e uma retração no consumo das famílias.
“A população já sente essa alta no dia a dia. É o comerciante que precisa repassar custos, o pai de família que vê a fatura da escola dos filhos pesar mais, o consumidor que percebe que seu salário não acompanha os aumentos. O governo insiste em medidas de curto prazo, mas sem mudanças estruturais, a inflação continuará corroendo o poder de compra”, pontua André Charone.
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