Veículo Concorde dos anos 70 resgatado nos Estados Unidos é uma das atrações do Encontro Brasileiro de Autos Antigos de Águas de Lindóia

Veículo original fabricado no Brasil por João Storani foi encontrado pelos netos, passou por restauração e segue em exposição até este domingo

A 10ª edição do Encontro Brasileiro de Autos Antigos de Águas de Lindóia (EBAA), que vai até domingo, 22, tem uma raridade em exposição este ano: o Concorde, fabricado nos anos 70 por João Storani e que foi encontrado nos Estados Unidos pela família e trazido de volta ao Brasil. O maior encontro do antigomobilismo da América Latina acontece na Praça Adhemar de Barros, centro de Águas de Lindóia, com entrada gratuita.

O Concorde em exposição foi sucesso nos anos 70 e atração do Salão do Automóvel da época. O veículo é uma das 25 unidades fabricadas por João Storani e foi encontrado pelos netos, quando navegavam por um site americano. O carro fabricado em 1979 – a sexta unidade do avô, foi encontrado pela família em 2015, no Mississipi, e arrematado.

Após a compra, veio o desafio – trazer o Concorde para o Brasil, já que isso nunca ocorreu na história. “Nós precisávamos importar um carro que foi exportado para os Estados Unidos na década de 70”, explica Renato Storani, neto de João Storani.

João Storani foi um dos primeiros a preservar carros antigos no Brasil. Iniciou o projeto em 1974 com os filhos João Antônio e Cesar Augusto e fabricou 25 modelos do Concorde.

concorde

Inspirado no Duesenberg J, um cupê conversível norte-americano da década de 30, o veículo era montado sobre o chassi próprio e suspensão do Ford Galaxie e sua carroceria era construída em plástico reforçado com fibra de vidro, incluindo detalhes como capota de lona, estofamento em couro, aletas da grade em aço inoxidável, componentes cromados em bronze, câmbio automático, rodas raiadas exclusivas para o modelo e falsos tubos de exaustão nas laterais do capô.

O Concorde foi um carro muito luxuoso, sendo o carro mais caro no 12⁰ Salão do Automóvel.

Após reunir documentos e comprovar que o carro era original e não uma réplica, a família conseguiu importar o Concorde, que veio na época precisando de restauração. A primeira reforma foi feita assim que o veículo chegou no Brasil. “Voltamos os vidros elétricos, pintura no padrão de fábrica e alguns ajustes na parte de suspensão”, explica o neto de João Storani.

O Concorde ficou guardado todos esses anos e, agora, após a finalização da segunda restauração do veículo, com reforma do estofamento, capota que foi mexida no exterior, foi para exposição ao público em Águas de Lindóia. “Agora o Concorde do nosso avô está pronto para ser exposto ao público”, comemora Renato.

Esse modelo do Concorde é o quarto das 25 unidades fabricadas no Brasil, que a família de João Storani conseguiu encontrar e trazer de volta para Jundiaí. As unidades ficam guardadas em uma garagem especial.

O Concorde na década de 70

João Storani era um empresário bem-sucedido e começou seu projeto em 1974 com os filhos João Antônio e Cesar Augusto. A fabricação de cada unidade levada uma média de seis meses.

Foi produzido de 1978 a 1985. No XII Salão do Automóvel foi apresentada uma versão com cinco lugares, chamada C5 Phaeton e foi exportada para os Estados Unidos.

Os carros foram fabricados em Jundiaí e Vinhedo, no interior de São Paulo. Nove exemplares chegaram a ser exportados para os Estados Unidos. João Storani faleceu em 1996, aos 72 anos.

Joao Storani nos anos 70 em um Concorde

Joao Storani nos anos 70 em um Concorde

 

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