O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado no dia 28 de junho e alerta a importância no combate à violência contra lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e os demais representantes da sigla, lembrando o quanto é importante observar e lutar pelos direitos da comunidade.

Porém, o problema ainda está longe de ser resolvido. Em São Paulo, segundo levantamento divulgado pelo Painel de Dados da Ouvidoria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, houve mais de 5 mil casos de violência contra pessoas LGBTQIA+ e cerca de 1.016 denúncias, entre o período de janeiro a junho de 2025. Já no Brasil, os indicadores apontam mais de 576 mil de casos de violência e apenas 82 mil denúncias.

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Grande parte das situações englobam agressões físicas e psicológicas, sendo cometidas, em sua maioria, por homens que são os que mais violam os direitos humanos desse grupo da sociedade. Segundo o coordenador do curso de Direito da Anhanguera, Fabio Frederico, a população LGBTQIA+ enfrenta diariamente a discriminação, que muitas vezes se manifesta de forma velada, mas ainda assim agressiva.

“Uma das consequências dessa ampla marginalização é a realidade em que muitas pessoas trans se veem obrigadas a recorrer como forma de sobrevivência. Infelizmente, nesse contexto, elas se tornam ainda mais vulneráveis à violência sexual. É crucial reconhecer e combater essa situação, promovendo a inclusão e o respeito a fim de garantir a segurança e a dignidade de todos os membros da comunidade”, comenta.

São Paulo registra 5 mil casos de violência a pessoas LGBTQIA+
Um levantamento da Transgender Europe, por meio do projeto Trans Murder Monitoring, registrou cerca de 350 assassinatos de pessoas trans no mundo entre outubro de 2023 e setembro de 2024, sendo 31% dos casos no Brasil, o país com o maior número absoluto de homicídios dessa população.

No cenário nacional, de acordo com a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas ao longo de 2024, número que, embora represente uma queda de 16% em relação ao ano anterior, ainda revela o nível alarmante da violência. Do total de vítimas, 96% eram travestis e mulheres trans, sendo que a maioria dos crimes ocorreu fora das capitais, o que reforça a vulnerabilidade em regiões menos assistidas por políticas públicas.

Apesar de ainda circular a informação de que a expectativa de vida de pessoas trans seria de apenas 35 anos, especialistas destacam que esse número não é baseado em dados demográficos confiáveis e se refere, na verdade, à média de idade das vítimas de homicídio, o que contribui para uma percepção distorcida, mas não menos grave, da realidade vivida por essa população. “A população LGBTQIA+ enfrenta diversas formas de violência nas situações mais corriqueiras do dia a dia, sendo os homicídios especialmente frequentes entre pessoas trans”, explica.

Direito dos LGBTQIA+

Porém, há uma legislação que é responsável pelo direito dos LGBTQIA+, em que qualquer outra pessoa pode fazer denúncias. Qualquer membro da sigla poderá realizar denúncias por diversos meios, seja através da Polícia Militar (190), Civil (197), o Disque 100 (que funciona diariamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana) e canais eletrônicos. Ademais, órgãos como o Ministério Público, ou o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), podem ser procurados para defesa dos direitos difusos e coletivos da comunidade.

Para o advogado, é necessário um amplo entendimento da população e dos órgãos responsáveis sobre o tema. “A participação ativa da sociedade, das autoridades e de todas as esferas é de extrema importância na luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+. É fundamental a implementação de políticas públicas que promovam a conscientização sobre esses direitos, visando atingir um número cada vez maior de pessoas e legitimar a causa não apenas dos envolvidos, mas de todos os membros da sociedade. Somente por meio desse engajamento coletivo é possível construir uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e igualitária para todos”, conclui Fabio.

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