Campinas (SP) leva a primeira colocação, seguida de Limeira (SP) e Niterói (RJ);

  • 20 piores municípios tiveram um investimento anual médio de R$ 78,40 por habitante, cerca de 65% abaixo do patamar médio necessário para a universalização, de R$ 223,82. Patamar mais baixo, considerando as capitais, foi de Rio Branco (AC), com R$ 8,09 por habitante;
  • Somente cinco capitais apresentam ao menos 80% de tratamento de esgoto: Curitiba (PR), Brasília (DF), Boa Vista (RR), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA);
  • Destaques positivos: Campos dos Goytacazes (RJ), município que lidera a variação positiva, foi da 47ª posição em 2024 para a 25ª em 2025; Canoas (RS) e Uberaba (MG) são outros destaques de evolução de um ano a outro;
  • Saiba qual foi a colocação do seu município.

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O Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com GO Associados, publica a 17ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 municípios mais populosos do Brasil. Para produzir o ranqueamento, foram levados em consideração os indicadores mais recentes do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), ano-base 2023, publicado pelo Ministério das Cidades, além de uma ponderação de pesos na evolução dos indicadores estabelecida em metodologia criada em parceria com a consultoria GO Associados.

Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A falta de acesso à água potável impacta 16,9% dos brasileiros e 44,8% não possuem coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde, produtividade no trabalho, valorização imobiliária, turismo e na qualidade de vida da população, impactando profundamente o desenvolvimento socioeconômico do país.

O RANKING DO SANEAMENTO 2025

O Ranking é composto pela análise de três “dimensões” distintas do saneamento básico de cada município: “Nível de Atendimento”, “Melhoria do Atendimento” e “Nível de Eficiência”[1]. Nesta edição, Campinas (SP) foi a primeira colocada, seguida por Limeira (SP) e Niterói (RJ).

Um ponto importante é que se observou uma aparente queda nos resultados gerais de saneamento reportados pelo SINISA de 2025, que considera os dados do ano de 2023, quando comparados aos dados do SNIS de 2024 (ano-base 2022). No entanto, essa percepção pode ser explicada pela atualização metodológica em razão da publicação do Censo de 2022. Nos últimos anos, em razão do atraso na coleta e divulgação dos dados do Censo, estimava-se um número maior de pessoas por residência. Com a divulgação dos dados, contudo, descobriu-se que a população residente não aumentou como se projetava anteriormente. Assim, os números relativos a 2023 podem representar um ajuste à realidade do país, não indicando uma piora objetiva na cobertura do saneamento no país, mas sim uma medição mais refinada e precisa.

Confira, a seguir, os destaques do Ranking de Saneamento 2025:

QUEM SÃO OS 20 MELHORES?

Quadro 1: 20 Melhores Municípios no Ranking do Saneamento de 2025[2]

Fonte: SINISA (2023). Elaboração: GO Associados. Nota: exceto pela População Total (IBGE) e pelo Investimento Total de 2019 a 2023 (R$ MM), cujos subtotais foram calculados somando-se todos os valores, os demais indicadores foram agregados a partir da média ponderada pela população.

 

Dos 20 melhores municípios do Ranking de 2025, nove são do estado de São Paulo, cinco são do Paraná, três são de Minas Gerais, dois são de Goiás e um é do Rio de Janeiro.

QUEM SÃO OS 20 PIORES?

Quadro 2: 20 Piores Municípios do Ranking do Saneamento de 2025

Campinas (SP) leva a primeira colocação, seguida de Limeira (SP) e Niterói (RJ);20 piores municípios

Fonte: SINISA (2023). Elaboração: GO Associados. Nota: exceto pela População Total (IBGE) e pelo Investimento Total de 2019 a 2023 (R$ MM), cujos subtotais foram calculados somando-se todos os valores, os demais indicadores foram agregados a partir da média ponderada pela população.

 

Dos 20 piores municípios do Ranking de 2025, quatro são do Rio de Janeiro, quatro de Pernambuco e três são do Pará. Do restante, quatro pertencem à macrorregião Norte, três situam-se na macrorregião Nordeste, um, no Centro-Oeste, e ainda outro, na região Sudeste. Além disso, dos 20 piores municípios ranqueados em 2025, 8 são capitais de seus estados: Recife (PE), Maceió (AL), Manaus (AM), São Luís (MA), Belém (PA), Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Porto Velho (RO).

 

20 MELHORES × 20 PIORES

 

Analisando os dados expostos no quadro abaixo (Quadro 3) é possível observar uma relação positiva entre o volume de investimentos e os avanços nos indicadores de saneamento básico. Neste sentido, um indicador notável é o Investimento Médio por Habitante, pois permite comparar os grupos dos 20 melhores e dos 20 piores com base na distância relativa dos níveis de investimentos em relação àquele estabelecido pelo PLANSAB como o ideal a ser conduzido para a universalização do saneamento nos municípios, de R$ 223,82 por habitante.

 

Os 20 melhores municípios apresentaram um investimento anual médio no período de 2019 a 2023 de R$ 176,39 por habitante, cerca de 20% abaixo do patamar médio necessário para a universalização. Neste caso, contudo, como muitos desses municípios já possuem indicadores em estágios mais avançados de desenvolvimento ou universalizados, eles podem apresentar valores abaixo da média nacional, sem comprometer o atendimento às metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico e da Portaria 490/2021.

 

Já os 20 piores municípios tiveram um investimento anual médio no período de 2019 a 2023 de R$ 78,40 por habitante, cerca de 65% abaixo do patamar médio necessário para a universalização, de R$223,82. No caso desses municípios, por terem indicadores muito atrasados e distantes da universalização, ter um investimento anual médio por habitante abaixo do significa que a tomada de decisão municipal em benefício do saneamento é urgente.

 

Observa-se que essa diferença no volume de investimentos proporciona melhoras significativas nos indicadores de saneamento básico. No caso dos 20 melhores, o Indicador de Atendimento Total de Água (ITA) é 21% superior àquele encontrado no grupo dos 20 piores municípios. O Indicador de Atendimento Total de Esgoto (ITE) é 242% superior, e o Indicador de Tratamento Total de Esgoto (ITR) possui valor 168% maior.

De maneira semelhante, tem-se que o grupo dos 20 melhores apresenta nível de eficiência melhor do que aquele verificado no grupo dos 20 piores. O Indicador de Perdas na Distribuição (IPD) situa-se 44% abaixo no primeiro grupo, e o Indicado de Perdas por Ligação (IPL) apresentou 417 L/ligação/dia ou 60% a menos na mesma comparação.

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