Doces antes e depois do treino: vilões ou aliados?
Nutricionista clinico e esportivo Dereck Oak explica como o açúcar pode impactar o rendimento e a recuperação de quem pratica exercícios
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O consumo de doces sempre gerou controvérsias entre praticantes de atividade física, especialmente quando se trata do momento ideal para ingeri-los: antes ou depois do treino? Entender o papel dos açúcares simples no metabolismo pode ajudar a tomar decisões mais conscientes para o rendimento e a recuperação muscular. Para o nutricionista clínico e esportivo Dereck Oak, o segredo está no equilíbrio e no momento em que esse tipo de alimento é inserido na rotina.
“O consumo de doces antes do treino pode fornecer energia rápida, por serem fontes de carboidratos simples. No entanto, se exagerado, pode causar picos de glicemia seguidos de queda de energia, o que prejudica o rendimento”, explica Dereck.
No pré-treino, uma pequena porção de doce pode até ser benéfica em casos específicos — especialmente para atletas com alto gasto calórico ou que enfrentam dificuldades para consumir alimentos sólidos antes da atividade física. Ainda assim, o ideal é priorizar fontes de energia de absorção mais lenta, como frutas com aveia, pães integrais ou batata-doce.
Dereck também esclarece quais tipos de doce podem ser considerados viáveis nesse contexto: “É necessário avaliar cada plano alimentar. Mas, por exemplo, o doce de leite pode suprir a necessidade de carboidrato antes do treino. Pode ser também uma fatia de bolo ou uma fruta com leite condensado. O importante é respeitar as quantidades estipuladas no plano: uma fatia de bolo, duas colheres de doce de leite, uma banana e meia… Dentro do que foi orientado, qualquer fonte de carboidrato pode ser viável”, pontua.
Apesar da flexibilidade, ele faz um alerta: “Ao escolher um doce antes do treino, é importante considerar outros nutrientes além do carboidrato. O doce de leite, por exemplo, pode não satisfazer a fome. Uma opção melhor seria banana com aveia, que fornece energia com mais volume e saciedade”, ressalta o nutricionista.
Sobre as quantidades recomendadas, Dereck reforça a importância de acompanhamento profissional: “Prescrever alimentos depende de vários fatores: peso, objetivo (emagrecimento ou hipertrofia), rotina… Por isso, a orientação individualizada é essencial para calcular corretamente as necessidades energéticas.”
Já no pós-treino, a ingestão de doces também exige atenção. Embora ajudem a repor rapidamente os estoques de glicogênio muscular, geralmente não oferecem os nutrientes ideais para uma boa recuperação. “No pós-treino, é fundamental priorizar alimentos que combinem carboidratos com proteínas de qualidade. Um doce isolado pode até saciar momentaneamente, mas não contribui para a reconstrução muscular. O ideal é associá-lo a uma fonte proteica, como iogurte natural ou whey protein”, recomenda Dereck.
Por fim, o nutricionista alerta para um comportamento comum, mas que pode ser prejudicial: “Transformar o doce em uma espécie de prêmio após o treino pode comprometer objetivos como emagrecimento ou ganho de massa magra. É preciso avaliar o contexto geral da alimentação e da rotina de cada pessoa.”
Moderação e orientação profissional são, segundo ele, as palavras-chave para quem deseja equilibrar prazer e performance.
Sobre o nutricionista clínico e esportivo Dereck Oak
Nutricionista clínico e esportivo, formado pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) e pós-graduado em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício Físico pela USP. Atua há 7 anos no mercado de suplementos alimentares e esportivos, inicialmente trabalhando na área de marketing e depois como consultor de nutrição e de desenvolvimento de produtos. Atende em consultório presencial em São Paulo e Baixada Santista e online para todo o Brasil e no exterior. Atleta amador de fisiculturismo e entusiasta de outras modalidades como corrida e natação.
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